Caça russo interceptou avião espião americano ao norte do Japão

  • Por Agencia EFE
  • 04/06/2014 18h57

Washington, 4 jun (EFE).- Um caça russo interceptou em abril um avião espião americano em espaço aéreo internacional do mar de Ojotsk, ao norte do Japão, provocando um dos incidentes mais graves entre as Forças Aéreas de ambos países desde o fim da Guerra Fria.

Segundo o Pentágono confirmou nesta quarta-feira, no último dia 23 de abril um caça russo Su-27 Flanker armado se aproximou muito de um avião espião RC-135U da Força Aérea americana que realizava uma patrulha rotineira cerca de 100 quilômetros do litoral russo.

A intercepção foi especialmente ousada, já que o caça, após identificar e seguir a aeronave americana (um avião com pouca capacidade de manobra), cruzou sua rota de navegação, o que pôs ambos perto de uma colisão em pouco tempo.

Os dois aviões não mantiveram comunicações por rádio e o caça girou para mostrar seus mísseis à tripulação americana.

O caça russo chegou a estar a cerca de poucos 30 metros de chocar-se com o avião americano, o que representa um dos encontros mais tensos entre as Forças Aéreas de ambos países em décadas.

De acordo com o porta-voz do Pentágono, o contra-almirante John Kirby, os EUA expressaram suas preocupações pela agressiva ação aérea russa.

O incidente coincidiu com a visita do presidente americano, Barack Obama, ao Japão, onde reafirmou seu compromisso com a defesa de seu aliado asiático, que mantém reivindicações e tensões territoriais com Rússia e China.

O incidente aéreo mais grave dos últimos anos para um avião espião americano aconteceu em 2001, quando um turboélice EP-3E colidiu em espaço aéreo internacional, perto da ilha chinesa de Hainan, com um caça J-8 chinês.

O piloto do caça chinês morreu e 20 membros da tripulação do avião de vigilância americano foram capturados e detidos brevemente após aterrissar de emergência em Hainan.

Este último incidente é mais uma prova das cada vez mais tensas mostras de força nas ilhas ao norte de Hokkaido que são disputadas por Japão e Rússia, e de outras reivindicações territoriais da China sobre territórios controlados pelos japoneses.

O Pentágono ocultou o incidente até que foi divulgado esta terça pelo jornal “Washington Free Beacon”. EFE

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