Califórnia pede que Obama suspenda deportações através de ação executiva
Los Angeles, 30 ago (EFE).- A Assembleia do estado da Califórnia (EUA) pediu neste sábado ao presidente americano, Barack Obama, que suspenda as deportações através de uma ação executiva, diante da paralisia do Congresso federal de discutir a reforma migratória.
Durante sua última sessão legislativa, que terminou nesta madrugada, a Assembleia da Califórnia aprovou com 52 votos a favor, 24 contra e quatro abstenções a resolução AJR 49, que pede ao presidente Obama que emita uma ação executiva que paralise as deportações de imigrantes ilegais que não tenham um “histórico criminal sério”.
“O estado da Califórnia envia uma mensagem clara ao presidente com a aprovação da resolução AJR 49: que deve usar seu poder executivo para deter as deportações de imigrantes ilegais”, declarou na sexta-feira à Agência Efe Lorena González, legisladora democrata que apresentou a proposta.
“Onze milhões de imigrantes ilegais vivem e trabalham entre nós e acreditamos que devemos parar de continuar a dividir as famílias com as deportações”, reforçou González, para quem “é importante que Califórnia dê um passo à frente” na solução do sistema migratório no país.
A resolução desta noite se soma a uma iniciativa semelhante, a resolução SR 40, que foi aprovada mês passado por iniciativa do democrata Lou Correa no Senado estadual.
Um dos que apoiou esta resolução foi Nativo López, dirigente da organização Irmandade Mexicana, que defende uma medida semelhante à Ação Diferida, que ampara os jovens imigrantes ilegais que chegaram ao país quando eram menores de idade.
“Obama deve revisar o precedente do presidente Ronald Reagan que, na década de 80, aprovou um status de Proteção Temporária para os refugiados da guerra em El Salvador, com diferentes países da África e com haitianos também”, lembrou López.
Quem também elogiou a medida foi Armando Vásquez-Ramos, professor de estudos latinos da Universidade Estadual da Califórnia em Long Beach (CSULB), que apontou que Obama é o presidente que menos vezes utilizou sua “autoridade executiva” em comparação com anteriores líderes.
Uma apuração de ações executivas compiladas em “The American Presidency Project” mostrou que o presidente democrata Bill Clinton (1993-2001) aprovou 364 ordens executivas, e seu sucessor, o republicano George W. Bush (2001-2009), emitiu 291.
Desde 2009 Barack Obama assinou 187 ações. EFE
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