Camargo Corrêa vai devolver R$ 700 milhões a Petrobras, Eletrobras e Eletronuclear, diz jornal
A empreiteira Camargo Corrêa vai devolver R$ 700 milhões às empresas públicas Petrobras, Eletronuclear e Eletrobras, por ter participado de cartel e esquema de propinas, informa o jornal Folha de S. Paulo.
O acordo de devolução evita que mais empresários que coparticiparam dos esquemas sejam presos. Três executivos da empresa já foram condenados: o ex-presidente da Camargo, Dalton Avancini, o ex-vice Eduardo Leite e o ex-presidente do conselho da empresa, João Auler. Avancini e Leite vão cumprir prisão domiciliar, já que fizeram delação premiada. Auler cumprirá nove anos e seis meses de prisão.
A empreiteira pagou suborno e fez cartel em importantes obras de infraestrutura do País, como a refinaria da Petrobras de Abreu e Lima, em Pernambuco, a usina nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro, e a usina hidrlétrica de Belo Monte, no Pará.
Segundo o ex-presidente Avancini, em sua delação, a Camargo chegou a pagar R$ 110 milhões de propina apenas para a Petrobras e R$ 20 milhões em suborno para a Belo Monte.
O acordo feito com o Cade nesta quarta (19), de multa de R$ 104 milhões somente à Petrobras, prevê que a Camargo Corrêa criará um sistema de “compliance”, controle interno para evitar o pagamento de subornos. A implantação do sistema será acompanhada pelos procuradores de Curitiba.
O jornal lembra ainda que em 2009, após a Operação Castelo de Areia, que apontou subornos, a Camargo já havia prometido mudança de seus procedimentos ilícitos. Aquela operação foi anulada por erros processuais.
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