Cameron apresenta argumentos para manter Reino Unido na União Europeia

  • Por Agência Estado
  • 28/02/2016 13h21
EFE/Andy Rain David Cameron

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, detalhou neste domingo seus argumentos sobre os benefícios econômicos de permanecer na União Europeia. Ele afirma que a saída da Grã-Bretanha significaria trocar acesso irrestrito aos mercados dentro do bloco por acordos comerciais de menor valor e custos mais elevados.

Como a economia da Grã-Bretanha se sairia fora da UE é uma discussão chave antes de um referendo sobre a continuidade da adesão do país ao bloco, com os dois lados oferecendo visões distintas sobre um futuro em que o Reino Unido não tem mais tantas ligações com a Europa.

Hoje, Cameron disse aos eleitores que as relações comerciais alternativas que podem ser estabelecidas com os países fora da UE, como a Noruega e o Canadá, que são frequentemente citados por quem é favorável à saída do Reino Unido do bloco, não funcionariam para o país.

Escrevendo no jornal britânico Sunday Telegraph, Cameron disse que, com a chamada Opção Noruega, pela qual a Grã-Bretanha manteria o livre comércio dentro da Europa sem ser membro da UE, o país ainda teria que aceitar a livre circulação de pessoas. Só que desta vez, sem influência política para mudar as regras e regulamentos que ainda teriam de respeitar.

“Basta perguntar à Noruega. Eles pagam aproximadamente o mesmo que a Grã-Bretanha por cabeça para a UE, e eles aceitam o dobro de migrantes do bloco, mas eles não têm voz no Conselho”, escreveu Cameron. Da mesma forma, a negociação de um acordo de comércio livre com a UE, como os tratados acordados com o Canadá, a Turquia e a Suíça, seria cheia de armadilhas, disse Cameron. “Nenhum desses países tem um acordo que seja de alguma forma tão abrangente como o mercado único”, escreveu ele.

“Isso é bom para eles – cerca de um décimo das exportações do Canadá, por exemplo, vão para a Europa. Mas cerca de metade das nossas vendas são para a Europa. Além do mais, o acordo com o Canadá, quando produzir efeitos, vai oferecer menos acesso para serviços do que temos agora. E esse setor responde por três quartos da nossa economia “, escreveu o primeiro-ministro.

Seus adversários o acusam de alarmismo e dizem que o Reino Unido pode prosperar economicamente fora da UE, argumentando que os encargos regulatórios sobre a Grã-Bretanha seriam reduzidos, e o país ainda poderia negociar acordos comerciais. 

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