Cameron considera “muito preocupante” a situação de imigrantes em Calais

  • Por Agencia EFE
  • 29/07/2015 14h38

Londres, 29 jul (EFE).- O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, considerou nesta quarta-feira “muito preocupante” a situação no porto francês de Calais, onde um imigrante morreu ao tentar atravessar o Eurotúnel rumo à Inglaterra, e prometeu mais medidas de segurança.

Em declarações feitas em Cingapura, onde realiza uma visita oficial, Cameron expressou solidariedade “com as pessoas que têm o acesso a Calais dificultado pelos distúrbios” e prometeu “fazer todo o possível para trabalhar com a França a fim de acabar com tudo isto”, de acordo com a imprensa local.

“Não faz sentido buscar culpados. Trata-se de trabalhar com os franceses, de iniciar as medidas de segurança adicionais, investir mais onde se necessite. O Reino Unido sempre tomará a iniciativa nisso”, afirmou.

O líder conservador anunciou também que a ministra do Interior, Theresa May, presidirá nesta quarta-feira uma reunião do comitê de emergência do governo Cobra para analisar a crise migratória em Calais, onde fica a entrada do Eurotúnel, que liga França e Inglaterra abaixo do Canal da Mancha.

Nos últimos dias, milhares de imigrantes procedentes principalmente da África tentaram entrar no Eurotúnel. Isto provocou um trânsito caótico que afetou o setor do transporte e os britânicos, com grande impacto no condado de Kent, onde fica o terminal inglês do túnel.

May abordou o assunto ontem com o colega francês, Bernard Cazeneuve, ao qual confirmou que o Reino Unido investirá 7 milhões de libras em uma cerca de segurança de 1,9 quilômetros no terminal do Eurotúnel em Coquelles, nos arredores de Calais.

Espera-se que esta cerca, que já foi usada na cúpula da Otan realizada em setembro no País de Gales, esteja operando no final do mês, junto a uma zona de proteção para os caminhões em direção ao Reino Unido.

Após sua reunião com Cazeneuve, May disse que ambos concordam que é preciso fazer frente “aos terríveis grupos de criminosos, os traficantes de pessoas, que se aproveitam da miséria humana”.

Perguntada por que os britânicos terão de pagar por um problema em território francês, a ministra esclareceu que os dois países “têm controles justapostos na fronteira” e colaboram para conter a crise.

Londres e Paris também concordaram trabalhar conjuntamente para repatriar os imigrantes a seus países de origem, indicou um porta-voz do Ministério do Interior. EFE

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