Cameron, o admirador de Thatcher que busca a reeleição

  • Por Agencia EFE
  • 04/05/2015 16h12

Viviana García.

Londres, 4 mai (EFE).- O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, grande admirador do neoliberalismo de Margaret Thatcher, disputa a reeleição de 7 de maio com a promessa de tirar o país da crise e beneficiar as famílias trabalhadoras.

Durante a campanha eleitoral, para ganhar os votos dos britânicos, Cameron recorreu a políticas de Thatcher (1979-90), como ajudas para a compra de imóveis, e defendeu com unhas e dentes seu plano econômico de corte de gastos públicos.

Nascido em Londres em 9 de outubro de 1966, Cameron vem de uma família aristocrática, seus antepassados tem parentesco com o rei William IV (1765-1837) da Inglaterra, embora suas raízes paternas sejam do condado escocês de Aberdeenshire.

Após passar pelo tradicional colégio de Eton, nos arredores de Londres, Cameron estudou Filosofia, Política e Economia no Brasenose College da Universidade de Oxford, onde se destacou por sua capacidade para a oratória e sua defesa do conservadorismo.

Foi membro do elitista Clube Bullingdon de Oxford, famoso pelas bebedeiras dos estudantes e pelos danos materiais que provocavam.

Após se graduar em Oxford, seu pai conseguiu um trabalho como administrador em uma empresa de Hong Kong, onde ficou apenas três meses antes de voltar a Londres para entrar na política.

De volta à capital, David Cameron se casou em 1996 com Samantha Sheffield, de origem aristocrática, com quem teve quatro filhos, Ivan (2002, morto em 2006 por causa de uma epilepsia grave), Nancy (2004), Arthur (2006) e Florence (2010).

Cameron foi assessor especial do ex-ministro conservador de Economia, Norman Lamont, durante o governo de John Major, antes de fazer sua primeira tentativa de chegar à Câmara dos Comuns, em 1997, pela circunscrição inglesa de Stafford, mas sua aspiração foi frustrada pela arrasadora vitória dos trabalhistas.

Cameron teve que esperar até 2001 para entrar no parlamento, ao conquistar a cadeira pela circunscrição de Witney, no condado inglês de Oxfordshire.

A partir de então, sua carreira foi meteórica e, após a vitória dos trabalhistas nas eleições gerais de 2005, foi eleito líder do partido no lugar de Michael Howard.

Depois de mais de dez anos de governos trabalhistas e com o Reino Unido imerso em uma profunda recessão, Cameron chegou ao poder em maio de 2010, mas teve que se aliar aos liberal-democratas porque não obteve maioria para governar sozinho.

Ao entrar em Downing Street, o líder “tory” iniciou uma política de profundos cortes no setor público para superar a recessão e aplicou uma política mais eurocética ao prometer a convocação de um referendo até 2017 sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia (UE) se os “tories” ganharem.

Ele prometeu antes buscar reformas na UE, especialmente em áreas como imigração e justiça.

Mas entre suas medidas também esteve conceder ao ex-ministro principal da Escócia, Alex Salmond, do Partido Nacionalista Escocês (SNP), a possibilidade de convocar um referendo sobre a independência da Escócia.

Em 15 de outubro de 2012 ele estabeleceu com Salmond a realização desse histórico referendo e permitiu que a palavra independência fosse usada na pergunta da consulta.

Essa decisão, vista por muitos analistas como um autêntico erro de cálculo, acabou bem para ele. Em 18 de setembro de 2014, os escoceses rejeitaram a independência da Escócia, que, se tivesse prosperado, significaria o fim da Ata de União de 1707, que uniu a região à Inglaterra. EFE

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