Cameron pede que se permita o envolvimento do Irã no combate ao EI
Nações Unidas, 24 set (EFE).- O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, pediu nesta quarta-feira que se permita que o Irã se envolva no combate da comunidade internacional ao Estado Islâmico (EI), e defendeu uma ação “inflexível” contra o grupo jihadista que inclua a via militar.
“Os líderes do Irã poderiam ajudar na hora de derrotar a ameaça do Estado Islâmico”, disse Cameron em seu discurso perante a Assembleia Geral da ONU.
“Poderiam ajudar a assegurar um Iraque mais estável e inclusivo, e uma Síria mais estável e inclusiva. E se estão preparados para fazê-lo, deveríamos dar as boas-vindas a seu envolvimento”, acrescentou.
Cameron se encontrou nesta terça-feira em Nova York com o presidente iraniano, Hassan Rohani, o que representou o primeiro encontro de máximo nível entre os dois países desde a revolução de 1979.
O objetivo do Reino Unido é obter o apoio iraniano para combater os jihadistas e conseguir que, ao mesmo tempo, retire seu apoio ao regime sírio de Bashar al Assad.
Os Estados Unidos, que lideram os esforços para formar uma coalizão internacional contra o EI, não descartaram a possibilidade de que o Irã se envolva nesse esforço, mas rejeitou fazer concessões nas negociações nucleares com Teerã em troca de sua ajuda no combate aos jihadistas.
O discurso de Cameron perante a Assembleia Geral esteve centrado na ameaça que o EI representa, e assegurou que a comunidade internacional deve ser “inflexível” na hora de combater esse desafio.
“Devemos utilizar todos os meios à nossa disposição, inclusive a força militar, para perseguir os extremistas”, sentenciou Cameron, sem anunciar nenhuma ação concreta.
Pouco antes, em reunião do Conselho de Segurança da ONU, Cameron respaldou a inclusão de um componente “militar” na luta do Reino Unido contra o EI, dois dias antes que o parlamento britânico debata se o país se soma aos ataques liderados pelos EUA contra posições jihadistas no Iraque.
O líder britânico se referiu às dúvidas que gera no Reino Unido uma eventual intervenção no Iraque, devido à controvérsia pela participação do país na guerra do Iraque de 2003 decidida pelo então primeiro-ministro trabalhista, Tony Blair.
“Certamente que é absolutamente correto aprender as lições do passado, especialmente o que ocorreu no Iraque há uma década”, indicou, se mostrando a favor de uma “preparação cuidadosa” da resposta ao EI.
“Mas não devemos estar tão congelados pelo medo e não fazer nada em absoluto”, afirmou. “Não devemos permitir que os erros do passado se transformem em uma desculpa”. EFE
llb/rsd
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.