Cameron pede reação contra “agressão” russa na Ucrânia e evoca Guerra Mundial

  • Por Agencia EFE
  • 06/03/2014 16h03

Bruxelas, 6 mar (EFE).- O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, defendeu nesta quinta-feira perante seus sócios europeus a necessidade de “levantar-se contra a agressão e respaldar o Estado de direito” na Ucrânia frente às ações da Rússia, e evocou a Segunda Guerra Mundial para lembrar as potenciais consequências de ignorar a situação.

“Temos que levantar-nos contra a agressão, defender o direito internacional e respaldar as pessoas que querem um futuro livre e europeu”, afirmou Cameron ao término da cúpula extraordinária de líderes europeus realizada hoje em Bruxelas para analisar a escalada de tensão entre Kiev e Moscou.

Cameron destacou que a União Europeia (UE) deve ser “clara” com a Rússia em relação às suas ações na Ucrânia, nas quais teria “descumprido flagrantemente” o direito internacional, e que deve respaldar o governo de Kiev.

“É importante porque isto está acontecendo entre nossos próprios vizinhos, no continente europeu no qual nos últimos 70 anos trabalhamos tão duro para manter a paz”, ressaltou Cameron.

“E é importante porque sabemos por nossa história que fazer vista grossa quando as nações são pisoteadas e sua independência destroçada acumula maiores problemas em longo prazo”, comentou, em alusão à passividade das potências europeias perante as invasões germânicas que causaram a explosão da Segunda Guerra Mundial.

Cameron indicou que defendeu perante seus sócios esta postura e mostrou sua satisfação pelo “progresso” que representa o acordo alcançado pelos líderes europeus para suspender as negociações entre a UE e Rússia para a liberação de vistos.

Também salientou a paralisação dos trabalhos para um novo acordo que reforce os laços entre ambas potências e a decisão dos 28 membros comunitários de não participar dos preparativos da cúpula do G8 que será realizada na cidade russa de Sochi em junho.

“Se a Rússia não envolver-se rapidamente em conversas diretas com o governo da Ucrânia para encontrar uma solução para esta crise, deixamos claro que iremos além”, exclamou o primeiro-ministro do Reino Unido.

Cameron explicou que os 28 pediram à Comissão Europeia que comece a trabalhar em “medidas adicionais” que poderiam ser impostas a Moscou nesse caso e que incluiriam a proibição de viajar e o congelamento de ativos.

Além disso, ameaçou à Rússia com “graves consequências de longo alcance” que incluiriam medidas comerciais, financeiras e energéticas em nível europeu, se não mudar sua postura em relação à Ucrânia e diminuir a tensão.

“Se a Rússia não mudar de rumo, a declaração emitida hoje (pelos líderes da UE) deixa claro que haverá graves consequências de longo alcance em áreas como a energia, as relações comerciais e as financeiras”, disse.

Também qualificou de “ilegal” e de “passo na direção equivocada” a decisão do Parlamento da região autônoma da Crimeia em favor de sua reunificação com a Federação da Rússia e a realização de um referendo a esse respeito em dez dias. EFE

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