Campanha do referendo se intensifica após mudança nas pesquisas
A campanha para o referendo, marcado para a próxima quinta-feira (23), no Reino Unido, se intensificou, nesta terça-feira (21), com o discurso do líder trabalhista Jeremy Corbyn e em sequência à mudança apontada pelas pesquisas, que ventilam uma eventual vitória da permanência do país na União Europeia (UE).
A presente terça também esteve marcada pela chamada feita por Corbyn aos seguidores trabalhistas para que votem pela permanência no bloco comunitário, após visita que efetuou a Manchester, grande centro industrial do nordeste da Inglaterra.
Após semanas, o líder pediu aos eleitores que respaldem a União ao advertir que um possível triunfo do “brexit” (termo usado para a possível saída da UE) pode colocar em risco a economia de toda a Grã-Bretanha e os direitos dos trabalhadores das ilhas.
“As próximas horas determinarão o futuro do Reino Unido”, afirmou o político, que entrou totalmente na campanha após uma pausa pelo assassinato, na semana passada, da deputada trabalhista Jo Cox, baleada em uma rua de Dewsbury, no norte inglês.
A opinião de Crobyn foi referendada em seu discurso, “em 23 de junho teremos que tomar uma decisão. Ficamos para proteger os empregos e a prosperidade do Reino Unido que dependem do comércio na Europa? Ou damos um passo para um futuro desconhecido se sairmos?”, questionou.
No passado, Corbyn foi crítico ao bloco dos 28 e, inclusive, votou, em 1975, contra a então Comunidade Econômica Europeia (CEE) no plebiscito realizado dois anos depois da entrada britânica no parlamento de Bruxelas.
O respaldo dos trabalhistas é visto pelo campo político como crucial para ganhar a consulta, dada as divisões que há no Partido Conservador do primeiro-ministro, David Cameron, entre os que pedem para ficar e os que respaldam o “brexit”, entre eles, inclue-se o ex-prefeito de Londres Boris Johnson.
Além de Corbyn, outros trabalhistas destacados, como o antigo primeiro-ministro Gordon Brown e o ex-líder do partido Ed Miliband continuaram a campanha pró-Europa na cidade escocesa de Glasgow e na inglesa de Birmingham, respectivamente.
A jornada deste 21 de junho esteve marcada, além disso, pelo apoio à permanência do empresário americano de origem húngara George Soros e do ex-jogador de futebol David Beckham.
Soros concordou com Cameron de que um eventual “brexit” poderia prejudicar a economia e o emprego no país.
Em artigo publicado hoje no jornal “The Guardian”, o influente multimilionário afirmou que a moeda britânica pode cair “precipitadamente” (pelo menos 15%), alertando para que, caso haja o “brexit”, esse declínio poderia ser de mais de 20% no “Dinheiro da Rainha”.
Soros é famoso por ter apostado contra a libra em 1992, algo que lhe rendeu muito dinheiro, mas também provocou forte queda da moeda, obrigando o governo de Londres, à época, a retirar sua cotação do Sistema Monetário Europeu (SME).
Para o financeiro, o impacto da saída pode ser pior que aquela “quarta-feira negra” de 1992, considerando que os eleitores não devem subestimar as consequências.
“O valor da libra pode cair precipitadamente. Também teria um impacto imediato e dramático nos mercados financeiros, no investimento, nos preços e nos empregos”, acrescentou.
A “permanência” recebeu, como já citado, o respaldo de Beckham, que pediu que o país vote por Bruxelas porque este está inserido em um “mundo vibrante e conectado”.
Em comunicado divulgado hoje, o ex-meio campista disse que o Reino Unido é “mais forte” se permanecer no bloco, lembrando os anos que viveu em cidades europeias como Madrid, Milão e Paris.
“Essas grandes cidades europeias e seus torcedores apaixonados me deram as boas-vindas e para minha família, além de nos oferecer a oportunidade de desfrutar de suas culturas”, escreveu.
Cameron também defende permanência em mensagem à nação
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