Camponeses são feridos por policiais durante protesto agrário no Paraguai

  • Por Agencia EFE
  • 01/02/2014 22h28

Assunção, 1 fev (EFE).- Cerca de 16 camponeses ficaram feridos neste sábado por tiros de borracha da Polícia quando protestavam contra a limpeza de terras em uma propriedade agrária no norte do Paraguai, que os manifestantes achavam que ia ser destinada à plantação de soja, informou à Agência Efe a Federação Nacional Camponesa do país.

A Polícia, que também usou gás lacrimogêneo, deteve durante o protesto um dos feridos, que foi levado junto com os outros ao hospital regional de San Estanislao, no departamento (estado) de San Pedro, segundo Camilo Paniagua, dirigente dessa organização.

O fato ocorreu na tarde do sábado na cidade de Luz Bella, em San Pedro, quando cerca de 200 pessoas, entre homens, mulheres e crianças, entraram em um campo, propriedade de um cidadão brasileiro, para impedir os trabalhos de poda de um trator.

Segundo a fonte, as forças policiais enviadas no lugar começaram a disparar após se negar a conversar com os camponeses.

“Perguntamos pelo chefe (da Polícia), mas ninguém quis falar conosco. E começaram a atirar sem dizer uma palavra”, disse Paniagua.

Ele acrescentou que o protesto foi completamente pacífico e que foi motivado pela pretensão de seu proprietário de plantar soja no campo, de cerca de 40 hectares, uma reivindicação que causou várias manifestações camponesas nas últimas semanas em San Pedro.

No entanto, o responsável da Polícia do departamento, o delegado Luis Mareco, disse à Efe que os camponeses portavam facões e paus e tentaram agredir o motorista do trator e queimar a máquina.

Ele disse também que somente tem notícia de um detido e justificou a ação da Polícia, cerca de 60 soldados, devido ao caráter violento dos camponeses, segundo a fonte.

“São camponeses radicalizados, violentos, não se pode falar com eles nem trocar opiniões, é impossível”, disse o delegado. EFE

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