Cancelada negociação de paz para leste da Ucrânia programada para hoje
Moscou, 26 dez (EFE).- A reunião entre o governo de Kiev e os rebeldes pró-Rússia para negociar a paz no leste da Ucrânia, programada para esta sexta-feira em Minsk, foi cancelada hoje, confirmaram tanto os separatistas como o Ministério de Relações Exteriores da Bielorússia.
“Nós, representantes das repúblicas popular de Donetsk e Lugansk, não tomaremos parte nas negociações desta sexta-feira”, anunciou o negociador-chefe dos sublevados de Lugansk, Vladislav Deinego.
O cancelamento da segunda reunião do Grupo de Contato de Minsk, formato em que os dois lados em conflitos negociam com mediação da Rússia e da OSCE, foi confirmada pelo secretário de imprensa da chancelaria bielorrussa, Dmitri Mirónchik.
Uma fonte próxima às autoridades ucranianas afirmou a “Interfax” que os sublevados descumpriram o compromisso de trocar prisioneiros antes de hoje, como havia sido definido há dois dias na capital bielorrussa.
Tanto os separatistas como o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), confirmaram ontem o acordo para a troca de 150 soldados ucranianos por 225 rebeldes, que, segundo Kiev, deveria acontecer antes desta manhã.
No entanto, Deinego disse hoje que o prazo estipulado para essa primeira troca de prisioneiros vence na próxima terça-feira, 30 de dezembro.
Pouco antes, o negociador-chefe dos rebeldes de Donetsk, Denis Pushilin, garantiu que haviam “completado através da OSCE todos os procedimentos para comparecer hoje à reunião em Minsk, mas foram ignorados pela Ucrânia”.
Com a ressalva da troca de prisioneiros, as partes não conseguiram chegar a acordos sobre o resto da agenda anunciada pela OSCE antes da reunião da quarta-feira, entre eles a retirada do armamento pesado da linha de contato entre os dois lados e a abertura de corredores para cargas humanitárias.
Embora a retirada do armamento pesado e a criação de uma zona de segurança de 30 quilômetros tenha sido selada no Memorando de Minsk em 20 de setembro, mais de três meses depois este acordo ainda não é uma realidade.
O Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia ressaltou hoje que começará a retirar sua artilharia da frente somente quando houver pelo menos 48 horas seguidas de cessar-fogo.
Por enquanto, e apesar de desde o último dia 9 estar valendo uma nova trégua entre as forças de Kiev e os separatistas, os dois lados se acusam de contínuas violações do cessar-fogo.
Quase cinco mil pessoas, entre civis e combatentes, morreram no leste da Ucrânia desde meados de abril, quando explodiu o conflito armado após a sublevação pró-russa nessas duas regiões do país na fronteira com a Rússia. EFE
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