Candidato opositor às bases americanas vence eleição em Okinawa, diz pesquisa

  • Por Agencia EFE
  • 16/11/2014 12h38

Tóquio, 16 nov (EFE).- O político conservador japonês Takeshi Onaga, opositor do plano de realocação de uma base militar americana, ganhou neste domingo, de maneira arrasadora, as eleições ao governo da província de Okinawa, no sul país, segundo as primeiras pesquisas da imprensa japonesa.

O candidato, de 64 anos e ex-prefeito de Naha, a capital da província, venceu o atual governador e candidato à reeleição Hirokazu Nakaima, que está no cargo desde 2006.

As eleições da província japonesa foram praticamente um referendo sobre a polêmica realocação de uma base militar americana na principal ilha de Okinawa.

O então governador autorizou a mudança da base Futenma, localizada em um núcleo urbano, até o norte da ilha de Okinawa, um território muito mais “oculto”.

A preferência do eleitorado por Onaga se transforma em uma dor de cabeça para o governo central do Japão, cujo primeiro-ministro, Shinzo Abe, defende a permanência das tropas americanas em Okinawa.

O resultado das eleições de hoje é interpretado como uma clara mensagem da população da província, uma região com um profundo sentimento antimilitar, onde a maioria rejeita a presença de tropas dos Estados Unidos e o plano de instalação da base.

Mais da metade dos 48 mil soldados que os americanos mantêm no Japão estão em Okinawa. Cerca de 20% da ilha principal do arquipélago é considerado território militar dos EUA.

Após anos exigindo que as instalações fossem transferidas para fora da região, em dezembro de 2013 as autoridades autorizaram a construção de uma nova base na região litorânea de Henoko.

Tóquio defendeu o plano de realocação alegando que esta é a única solução viável para, mantendo a presença americana no Japão, evitar os perigos representados pela atual base em Futenma, zona urbana altamente povoada.

A polêmica instalação de 480 hectares está situada no centro da cidade de Ginowan, com 94 mil habitantes, completamente rodeada de casas e edifícios públicos. Durante anos, sua localização tem gerado protestos por causa do barulho e da possibilidade de acidentes.

Tóquio e Washington assinaram um acordo em 1996 para transferir a base, um ano depois de um soldado americano ter estuprado uma menina japonesa, levantando um enorme sentimento contra a presença das tropas dos EUA em Okinawa.

O projeto foi adiado desde então frente à forte oposição dos políticos e da população local, que defendem a saída da base do arquipélago. O governo central tinha fixado a data de fevereiro de 2019 como prazo para finalizar as operações em Futenma. EFE

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