Candidatos à presidência do Egito rejeitam ampliação do prazo de votação
Cairo, 27 mai (EFE).- As equipes de campanha dos dois únicos candidatos à presidência do Egito, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi e Hamdin Sabahi, rejeitaram nesta terça-feira a decisão da Comissão Eleitoral de estender até amanhã as eleições diante da baixa participação registrada nos dois dias de votação fixados oficialmente.
Através de comunicados, os dois candidatos expressaram estar inconformados com a ampliação do prazo. O assessor jurídico da campanha de Al-Sisi (grande favorito no pleito), Mohammed Baha Abu Shaqa, transmitiu a “rejeição oficial” de sua equipe à decisão de ampliar as eleições pelo terceiro dia consecutivo, apesar de não ter dado qualquer explicação a respeito.
Por sua vez, a equipe de campanha do esquerdista Sabahi considerou que a decisão foi tomada “surpreendente depois do começo das pressões fortes e claras de diferentes partes para ganhar mais tempo e elaborar um cenário que ninguém conseguiu impor aos egípcios em dois dias”. Além disso, expressou que a mudança do calendário gerou dúvidas nos eleitores sobre a integridade do processo.
Embora ainda não haja números oficiais, a comissão de campanha de Sabahi estimou que a participação no primeiro dia de votação, ontem, não foi superior a 15% e que a participação de eleitores foi inclusive menor a de hoje.
As autoridades e Al-Sisi, o principal favorito e ex-chefe do exército que protagonizou o golpe de Estado em 3 de julho de 2013 derrubou o presidente islamita Mohammed Mursi, tinham chamado a uma participação em massa nas urnas, por considerar que assim ficaria legitimado o atual processo de transição. Sabahi também fez seu chamado, mas focando seu pedido aos mais jovens.
Amanhã, a previsão é de que os colégios eleitorais abram às 9h (horário local) (3h, em Brasília) e fechem às 21h (15h, em Brasília), como nos dias anteriores. Ao contrário de hoje, amanhã não será considerado feriado.
Mesmo com o aumento no período de votação, dezenas de egípcios foram à Praça Tahrir do Cairo para festejar a provável vitória de Al-Sisi nas urnas.
Não muito distante de lá, na Praça de Talaat Harb, cerca de 70 jovens se concentraram para manifestar contra o exército e acabaram dispersados pela polícia, conforme constatado pela Efe.
Em um ambiente polarizado, movimentos juvenis como o 6 de Abril chamaram ao boicote do pleito, da mesma forma que a Irmandade Muçulmana e outros grupos islamitas, que tacham de “ilegítimo” o processo. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.