“Canibal de Montreal” retira recurso contra condenação à prisão perpétua
Toronto (Canadá), 18 fev (EFE).- Condenado à prisão perpétua pelo assassinato e esquartejamento em 2012 de um estudante chinês em Montreal, no Canadá, Luka Magnotta anunciou nesta quarta-feira a decisão de retirar a apelação contra sua sentença.
Em um breve depoimento via videoconferência da prisão onde está preso durante uma audiência judicial, Magnotta, conhecido como o “Canibal de Montreal”, confirmou a um dos juízes do Tribunal de Apelações do Québec que iria desistir voluntariamente do recurso que tentava mudar sua pena.
Magnotta, de 32 anos, foi considerado em dezembro de 2014 culpado pelo assassinato em primeiro grau de Jun Lin, estudante chinês de 33 anos de idade, sendo condenado automaticamente à prisão perpétua, sem possibilidade de pedir o cumprimento da pena em liberdade pagando uma fiança ao longo de 25 anos.
Após a decisão do júri composto por 12 pessoas, os advogados de Magnotta entraram com um recurso contra a condenação. A defesa alegava que o tribunal cometeu um erro de procedimento ao dar instruções aos jurados.
“O veredicto dado não é razoável nem respalda as provas apresentadas”, alegaram no recurso os advogados de defesa.
Durante o julgamento, o “Canibal de Montreal” assumiu que matou Jun Lin, mas seus advogados argumentaram que ele deveria ser considerado inocente por sofrer de uma doença mental.
O principal advogado de Magnotta, Luc Leclair, disse hoje à imprensa local que seu cliente decidiu retirar a apelação porque “a perspectiva de um novo julgamento, no qual se apresentariam as mesmas provas e repassariam toda a vida dele de novo, não seria uma experiência agradável”.
Leclair acrescentou que as provas em posse da procuradoria contra Magnotta “são muito contundentes”.
O advogado da família de Jun Lin, Daniel Urbas, expressou sua satisfação pela decisão de Magnotta de abandonar o recurso. E revelou que o pai de Jun Lin, Lin Diran, que esteve presente ao julgamento apesar de morar na China, quer se encontrar com o assassino de seu filho.
Urbas afirmou que Lin Diran espera que Magnotta mostre algum tipo de “remorso” já que, durante o julgamento, o “Canibal de Montreal” nunca ofereceu explicações para o crime, ocorrido no fim de maio de 2012.
Partes do corpo esquartejado de Jun Lin foram descobertas no dia 29 de maio de 2012 em uma mala abandonada em uma rua de Montreal. Outros pedaços foram enviados em pacotes ao Partido Conservador e ao Partido Liberal do Canadá.
Quatro dias antes, Magnotta postou na internet um vídeo que detalhava o brutal assassinato, esquartejamento, necrofilia e canibalismo de Jun Lin.
O “Canibal de Montreal” foi detido no dia 4 de junho de 2012 em um cibercafé de Berlim, sendo extraditado ao Canadá em 18 de junho do ano passado. EFE
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