Cantareira completa três semanas sem aumento no volume de água

  • Por Estadão Conteúdo
  • 03/05/2016 14h10
SP - SISTEMA CANTAREIRA/REPRESA JAGUARI - GERAL - Vista da Represa do Jaguari, que integra o Sistema Cantareira, no município de Jacareí, no Vale do Paraíba (SP), na manhã desta quinta- feira, 28. 28/04/2016 - Foto: NILTON CARDIN/ESTADÃO CONTEÚDO NILTON CARDIN/ESTADÃO CONTEÚDO - 28/04/2016 Vista da Represa do Jaguari

Considerado o principal sistema hídrico de São Paulo, o Cantareira completou três semanas sem registrar aumento no volume armazenado de água. Em meio à sequência negativa, o manancial, responsável por abastecer 7,4 milhões de pessoas na capital e na Grande São Paulo, sofreu a segunda queda seguida, de acordo com boletim da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), divulgado nesta terça-feira, 3. Todos os outros sistemas também caíram.

Segundo a Sabesp, o Cantareira opera com 65,4% da capacidade – 0,1 ponto porcentual a menos do que no dia anterior, quando o nível dos reservatórios estava em 65,5%. Esse índice, tradicionalmente divulgado pela companhia, considera duas cotas de volume morto, que deixaram de ser captadas, como se fossem volume útil do manancial.

A quantidade de água represada no Cantareira subiu pela última vez no dia 12 de abril. Na ocasião, o volume nos reservatórios havia avançado de 66,1% para 66,2%. Nas últimas três semanas, no entanto, o manancial registrou queda em oito dias e se manteve estável nos demais.

O período seco é uma das razões para a baixa no sistema. Em abril, o sistema registrou pluviometria de apenas 4,4 milímetros, o que equivale a 4,9% da média histórica do mês, de 88,7 mm. Nos primeiros três dias de maio, choveu apenas 0,1 mm.

Antes da sequência negativa, o Cantareira chegou a ficar quase seis meses sem sofrer queda. A “recuperação” do sistema permitiu que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) decretasse o fim da crise hídrica em março. Logo depois, a Sabesp decidiu cancelar programas implantados durante o período mais grave, como o bônus para quem conseguisse reduzir o consumo e a aplicação de multa para os “gastões”.

De acordo com o índice que desconsidera o volume morto, o Cantareira ficou estável e permanece com 36,2% do volume armazenado. Já no terceiro cálculo, o manancial perdeu água represada, caindo de 50,7% para 50,6%.

Outros mananciais

Usado para socorrer o Cantareira durante a crise, o Guarapiranga caiu pelo 35º dia seguido e está com 78% do volume de água represada. O recuo foi de 0,2 ponto porcentual em relação ao dia anterior, quando registrava 78,2%.

O nível do Guarapiranga subiu pela última vez no dia 28 de março, passando de 87,6% para 88,1%. A partir de então, entretanto, o nível do sistema caiu todos os dias. No período, o recuo foi de 10,1 pontos porcentuais.

Por sua vez, o Alto Tietê sofreu queda pelo quarto dia. A perda de 0,1 ponto porcentual fez o nível do manancial descer de 39,9% para 39,8% – índice que considera um volume morto acrescentado ao sistema em 2014.

Proporcionalmente, o Rio Grande sofreu a maior perda, de 0,6 ponto porcentual, e opera com 83,3%, ante 83,9% no dia anterior. O Rio Claro e o Alto Cotia recuaram 0,4 e 0,2 ponto porcentual e estão, respectivamente, com 98% e 96,9% da capacidade.

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