Capriles rejeita que governo peça paz enquanto reprime estudantes
Caracas, 1 mar (EFE).- O líder opositor venezuelano Henrique Capriles rejeitou neste sábado que o governo de Nicolás Maduro peça paz para o país enquanto continua reprimindo “brutalmente” e detendo estudantes que participam de protestos.
“O país clama por paz e atenção, mas não assim: 18 mortos, centenas de feridos, torturas, 1.044 detenções e 888 medidas cautelares!”, declarou Capriles através do Twitter.
“A paz e o diálogo não são conseguidos com a mentira! O governo pede paz enquanto reprime brutalmente, detém jovens… Assim não!”, acrescentou.
Os protestos na Venezuela deixaram um balanço oficial de 18 mortos, 261 feridos e mais de mil detidos que foram recebendo medidas cautelares em sua maior parte substitutivas de prisão. O governo assegurou que não está detendo ninguém por protestar, somente os que participam de atos violentos nos protestos.
Maduro lançou na quarta-feira passada uma Conferência Nacional de Paz à qual chamou a todos os atores políticos, sociais e econômicos na Venezuela a fim de encontrar solução aos problemas do país, que foram origem de grande parte dos protestos.
A plataforma Mesa da Unidade (MUD, oposição) e Capriles rejeitaram comparecer a esse diálogo ao questionar a credibilidade e o compromisso do governo e por considerar que era uma forma “lavar as mãos” do Executivo de Maduro.
“Sempre estaremos dispostos a dialogar, acima de qualquer interesse político está a Venezuela, mas sem mentiras!”, assinalou este sábado Capriles.
“A maioria do país não quer retórica nem discursos! Fatos e ações que demonstrem que o governo realmente quer diálogo e paz”, acrescentou, ao assinalar que a Venezuela vai “rumo ao desastre econômico que são incapazes de atender, isso se gera descontente em massa” e, por isso, há “tanta retórica” do governo.
A Venezuela completa hoje um novo dia de protestos que começaram forte em todo o país em 12 de fevereiro, quando uma manifestação pacífica acabou em fatos violentos com a morte de três jovens, homicídios pelos quais foram detidos oito agentes de inteligência. EFE
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