Caricom espera abordar com a Europa reparos pela escravidão em junho

  • Por Agencia EFE
  • 11/03/2014 16h45
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Kingstown, 11 mar (EFE).- A Comunidade do Caribe (Caricom) espera abordar em junho com as antigas potências coloniais da Europa os danos causados pela escravidão de africanos e o genocídio de nativos nos países caribenhos.

Se não for alcançado um acordo para negociar com os europeus, a Caricom irá à justiça, porque tem “a lei de seu lado”, disse nesta terça-feira o presidente da organização, o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves.

Termina hoje no país caribenho uma cúpula da Caricom, na qual se discutem os pormenores desse possível encontro com governos europeus para tratar o tema das compensações.

Durante a reunião em Kingstown, capital de São Vicente e Granadinas, a Comissão de Consertos, presidida pelo professor de Barbados Hillary Beckles, apresentou 10 propostas frente à possível negociação com as antigas potências coloniais.

Gonsalves lembrou que, além da posição conjunta da Caricom, há 14 países-membros dessa organização que iniciaram comissões de reparação, apesar de que alguns países europeus já anunciaram que não pensam em pagar compensação alguma pela escravidão e o genocídio de nativos.

“Achamos que temos a lei e os eventos de nosso lado em relação ao legado do genocídio de nativos e a escravidão de africanos”, ressaltou Gonsalves.

Beckles, por sua vez, deixou claro que esse tipo de assunto não é fácil, mas que nesse caso há 14 países soberanos que representam 16 milhões de pessoas que conformam uma diáspora nos Estados Unidos, Canadá e Europa com influência e, sobretudo, com a razão de seu lado.

Gonsalves disse que, caso a Europa não vá negociar, o Caricom acionará a Justiça, embora espere que no encontro com as antigas potências coloniais em junho se alcance um acordo através de uma conversa madura.

“Depois dessa conversa faremos nossa reivindicação formal”, destacou o presidente da Caricom.

A Caricom conta para levar adiante suas reivindicações diante dos países europeus com a assessoria da firma britânica de advocacia Leigh Day.

A comissão identifica a juventude caribenha como vítima principal da praga da escravidão colonial, por isso pede que se encontrem condições para ressarcir essa população dos danos sofridos.

A escravidão provocou a perda de valores culturais, baixa auto-estima e degradação da identidade negra, que deve ser restaurada, segundo a comissão. EFE

es/tr

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