Carlos Menem é intimido a depor em caso da morte de seu filho

  • Por Agencia EFE
  • 13/06/2014 15h52
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Buenos Aires, 13 jun (EFE).- A Justiça da Argentina intimou o ex-presidente Carlos Menem a depor como testemunha no caso da morte de seu filho, ocorrida em um acidente de helicóptero em 1995 em circunstâncias confusas, por supostas declarações nas quais revelou que morreu por um impacto de bala.

O ex-presidente argentino (1989-1999) prestará depoimento por meio de um documento escrito após ter sido citado formalmente como testemunha na causa que investiga a morte de seu primogênito, Carlos Facundo Menem, confirmou nesta sexta-feira o juiz Carlos Villafuerte Russo.

Zulema Yoma, ex-mulher de Menem e mãe da vítima, “fez uma apresentação no expediente que está vinculada a uma afirmação por parte do doutor (ex-presidente) Menem, por isso foi convocado a prestar declaração testemunhal e optou atestar”, explicou Russo.

Yoma – que sempre manteve a hipótese que Carlos Facundo Menem, “Carlitos”, morreu em um atentado – afirmou no mês passado em uma entrevista a uma rádio uruguaia que o ex-presidente lhe confessou, perante testemunhas, que o filho “morreu de um impacto de bala na cabeça” e antecipou então que queria que o juiz chamasse seu ex-marido para depor.

Suas revelações aconteceram depois que a jornalista colombiana Virgínia Vallejo, que admitiu que foi amante do narcotraficante colombiano Pablo Escobar, relacionou o acidente de helicóptero de Carlos Facundo Menem com o narcotráfico, em entrevista televisiva.

Yoma reconheceu que não pode corroborar a versão de Vallejo porque desconhece “de onde pode ter vindo”, mas disse que não descarta “nada”.

“A causa na realidade terminou com uma resolução de arquivo, por inexistência de delito, após uma longa investigação. Essa investigação foi apelada em todas as instâncias e em todas as instâncias foi confirmada”, lembrou hoje o magistrado da causa.

Uma perícia de 1997 detectou uma “lasca” em uma parte do avião que poderia ser um impacto de bala, mas das 124 peças do helicóptero recuperadas “somente 20 têm o número de série que correspondem a esse aparelho” e não se pode “dar certeza a uma perícia sobre restos que estiveram fora de controle judicial e policial durante oito meses”, segundo Russo.

No entanto, por causa de uma reivindicação apresentada na Comissão Interamericana de Direitos Humanos por Zulema Yoma, foram solicitadas novas medidas de prova em 2010 e a investigação foi retomada.

O magistrado anunciou que também está convocado a depor na próxima semana Eduardo Menem, o irmão do ex-presidente que ocupou diversos cargos no Congresso argentino.

O ex-chefe de Estado tem outros três filhos, Carlos Nair, Zulema María Eva (1970) e Máximo (2003), este último nascido de seu casamento com a apresentadora de televisão chilena e ex-miss Universo, Cecilia Bolocco, com quem se casou 2001 e da qual está separado.

A Justiça argentina condenou Carlos Menem no último mês de julho a sete anos de prisão por contrabando agravado de armas à Croácia e Equador entre 1991 e 1995, embora por sua condição de senador não tenha sido encarcerado. EFE

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