Cartas de Jacqueline Kennedy para sacerdote irlandês serão leiloadas

  • Por Agencia EFE
  • 13/05/2014 15h52
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Dublin, 13 mai (EFE).- A casa irlandesa Sheppard irá leiloar as cartas escritas por Jacqueline Kennedy ao sacerdote irlandês Joseph Leonard em que revela confidências sobre sua relação com o presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy, informou nesta terça-feira a imprensa da Irlanda.

As mensagens, um dos poucos documentos epistolares de Jacqueline Bouvier Kennedy (1929-1994), são parte de 14 anos de correspondências entre a ex-primeira-dama dos Estados Unidos e o sacerdote católico do colégio All Hallows, em Drumcondra (Dublin). O leilão será no dia 10 de junho e o valor estimado das cartas recém-descobertas em Durrow (centro da Irlanda) será entre US$550 mil e US$1,65 milhão.

As mensagens foram trocadas entre 1950 e 1964, antes do casamento dela com o presidente, então figura em ascensão na política, e após seu assassinato em 1963. Nos primeiros textos, Jacqueline conta que estava apaixonada pelo “filho do embaixador da Inglaterra”, mas que estava preocupada que ele pudesse ser como seu próprio pai, John Vernou Bouvier, que tinha fama de mulherengo.

“É como meu pai em certo sentido – adora caçar e se entedia com a conquista – e, uma vez casado, precisa provar que ainda é atraente, portanto, paquera outras mulheres e se ofende. Eu vi como isto matava minha mãe”, apontou a jovem, que chegou à Casa Branca como primeira-dama em 1961.

Aos 23 anos ela, que já tinha começado a se relacionar com Kennedy, confessou que o mundo da política “pode ser muito glamuroso visto de fora, mas, se está nele e está sozinha, pode ser um inferno”. No entanto, um ano após o casamento, realizado em 12 de setembro de 1953, Jacqueline disse que estava adorando a vida conjugal muito mais do que imaginaria, e que seu marido tinha dado a ela “incríveis conhecimentos sobre os políticos, que na realidade são uma raça à parte”.

A primeira-dama contava que, da porta para fora, sua relação com Kennedy era maravilhosa, mas de fato era bastante tumultuada, sobretudo, pelas contínuas infidelidades do presidente. Nas cartas, ela relatava ao sacerdote que Kennedy foi consumido pela ambição “como Macbeth”, rei da Escócia entre 1040 e 1057, cuja história sobre a traição e a ambição desmedida inspira a conhecida tragédia do Shakespeare.

Depois do assassinato do primeiro presidente católico dos Estados Unidos, em 22 de novembro de 1963 em Dallas (EUA), Jacqueline relatou ao sacerdote a crise de fé que passava.

“Tenho que pensar que há um Deus ou não terei qualquer esperança de encontrar Jack de novo”, escreveu a viúva de Kennedy, que acrescenta: “Deus terá algo para me explicar se eu o vir alguma vez”.

A casa Sheppard considera estes documentos como parte da “autobiografia” da esposa de Kennedy, que em 1968 voltou a se casar com o milionário grego Aristóteles Onassis. EFE

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