Casa Branca diz que “maioria” das crianças imigrantes será deportada dos EUA
Washington, 7 jul (EFE).- A Casa Branca endureceu nesta segunda-feira seu discurso perante a crise criada pela chegada em massa de crianças centro-americanas à fronteira sul dos Estados Unidos, ao assegurar que a “maioria” delas não cumpre os requisitos para permanecer no país por motivos humanitários e serão deportadas.
“É improvável que a maioria destas crianças que passa por um processo (judicial após sua chegada aos EUA) possa cumprir os requisitos para o alívio humanitário, o que significa que a maioria não terá uma base legal para permanecer neste país. Se não cumprem os requisitos (para permanecer como refugiados), serão enviados outra vez a seus países”, disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, em coletiva de imprensa.
Até agora, a Administração do presidente Barack Obama tinha informado apenas que as crianças imigrantes ilegais que chegam sozinhas ao país entram em processo de deportação, mas o Tribunal de Imigração resolveu a situação caso a caso e examina os riscos que possam representar para eles retornar a seu país de origem.
“Isto não deve ser interpretado como uma tentativa de julgar de antemão o resultado do processo (judicial que atravessam os menores). Estamos comprometidos com a legalidade e serão examinadas cuidadosamente as reivindicações dos indivíduos que foram interceptados”, ressaltou Earnest.
O governo americano apresentará amanhã ao Congresso o plano definitivo para acelerar a deportação das crianças centro-americanas que chegam à fronteira, vindas, em sua maioria, de Guatemala, Honduras e El Salvador.
Embora a Casa Branca não tenha confirmado o número, veículos de comunicação apontam que a legislação de despesa suplementar de emergência que Obama solicitará ao Congresso para fazer frente à crise chegará a cerca de US$2 bilhões.
Além disso, o presidente americano pedirá mais autoridade ao secretário de Segurança Nacional, Jeh Johnson, a fim de acelerar a deportação dos menores, que atualmente são realocados em instituições federais ou com parentes dentro do país aguardando a resolução do caso através do sistema de justiça migratória.
Uma das opções que poderia incluir essa proposta é pedir ao Congresso que mude uma lei de 2008 que faz com que a Patrulha Fronteiriça entregue ao Departamento de Saúde às crianças imigrantes ilegais que entrem no país e cuja nação de origem não faz fronteira com os Estados Unidos, em vez de deportá-las imediatamente.
Segundo dados do governo, 90 crianças e adolescentes não acompanhados cruzam a fronteira entre EUA e México diariamente e já somam 52 mil os detidos nos últimos nove meses após entrar ao país americano.
O número poderia chegar a 100 mil ao final de ano. A isso se somam os 39 mil adultos acompanhados de crianças detidos pelas autoridades. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.