Casa Branca evita chamar de “genocídio” massacre de armênios
Washington, 22 abr (EFE).- A Casa Branca qualificou de “horroroso” o massacre de centenas de milhares de armênios pelo Império Otomano, que completa cem anos em 24 de abril, mas evitou utilizar o termo “genocídio”, como fizeram outros países diante da atitude negacionista da Turquia.
A omissão do termo genocídio no comunicado divulgado na terça-feira pela Casa Branca provocou hoje a reação de grupos cívicos turcos, que respaldados por representantes da diáspora armênia, cobram que a Turquia reconheça como “genocídio” o massacre de 1,5 milhão de armênios em 1915 pelas forças otomanas.
Em janeiro de 2008, no começo de sua campanha pela presidência, o então senador Barack Obama se referiu aos incidentes de 1915 como um “genocídio”.
No entanto, em 2010, a Casa Branca interveio para barrar um comitê do Congresso dos EUA de qualificar o massacre de “genocídio” e agora o Executivo, que vê na Turquia um grande aliado em sua política para o Oriente Médio, evitou utilizar o termo em uma nota de imprensa em que informava de uma reunião com grupos armênios.
A Casa Branca informou do encontro entre o chefe de Gabinete de Obama, Denis McDonough, e o assessor adjunto de Segurança Nacional da Casa Branca, Ben Rhodes, com representantes da Assembleia Armênia dos Estados Unidos e o Comitê Nacional Armênio, também dos EUA.
Segundo a Casa Branca, durante a reunião foram lembrados “os profundos laços” entre os dois povos e destacada a importância de honrar as 1,5 milhão de vidas extintas durante “um período horrível” da História.
“Prometeram que os Estados Unidos aproveitarão a ocasião para cobrar um reconhecimento pleno, franco e justo dos acontecimentos, como acreditamos ser do interesse de todas as partes”, destacou a residência presidencial.
Além disso, a Casa Branca informou que o secretário do Tesouro americano, Jack Lew, liderará a delegação presidencial que os Estados Unidos enviarão dia 24 de abril para Yerevan, a capital da Armênia, para a cerimônia que lembrará o centenário do massacre e mostrar a “solidariedade” do país ao povo armênio.
Até agora, somente reconheceram o genocídio armênio 22 países europeus, como França, Alemanha, Itália, Canadá, Grécia e Rússia, e nações latino-americanas como Uruguai, Argentina, Venezuela, Chile e Bolívia.
Como resultado do massacre surgiu a diáspora armênia, que influenciou muito nos Estados Unidos e outros países como França ou Argentina. A atual Armênia alcançou sua independência após a queda da União Soviética em 1991. EFE
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