Casa Branca mantém silêncio após acusações da Coreia do Norte contra Obama

  • Por Agencia EFE
  • 27/12/2014 18h49

Washington, 27 dez (EFE).- O governo dos Estados Unidos permaneceu em silêncio neste sábado após os ataques de Pyongyang contra o presidente Barack Obama, a quem um porta-voz da Comissão Nacional de Defesa da Coreia do Norte comparou com um “macaco” e acusou de “forçar” a estreia do filme “A Entrevista”.

A equipe de assessores e funcionários que acompanha Obama em suas férias no Havaí não fez comentários a respeito. Também não se pronunciou o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, o órgão que costuma reagir e emitir declarações sobre política externa.

A Coreia do Norte responsabilizou hoje os Estados Unidos pelos repetidos ataques informáticos que estão sofrendo seus principais meios de comunicação estatais.

Além disso, o regime liderado por Kim Jong-un voltou a negar que esteja por trás do ataque cibernético sofrido pela Sony Pictures, como afirma a Casa Branca, que considera que a ação aconteceu em resposta ao filme “A Entrevista”, uma comédia sobre um complô americano para assassinar o ditador norte-coreano.

“Se os Estados Unidos querem seguir nos culpando, deveriam oferecer provas o mais rápido possível. E se não, poderiam realizar uma investigação com nossa colaboração”, declarou um porta-voz da Comissão Nacional de Defesa norte-coreana em comunicado divulgado pela agência estatal de notícias “KCNA”.

“O que aconteceria se alguém fizesse um filme sobre ataques terroristas ou encorajando o assassinato de Barack Obama? Os EUA continuariam defendendo a liberdade de expressão?”, se perguntou o porta-voz.

Pyongyang recorreu a um tom mais beligerante na hora de apontar Obama como “principal culpado de forçar a estreia do filme no dia de Natal”.

“Obama sempre fala de forma imprudente e atua como um macaco em uma floresta tropical, e tentou minar a dignidade de nossa liderança suprema”, criticou o porta-voz.

Um grupo chamado “Guardiães da Paz” assumiu o ataque cibernético à Sony Pictures e advertiu que semearia o terror nos cinemas que exibissem o filme e comparou seu plano com os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos EUA.

Depois que as principais salas de cinema do país se recusaram a exibir o filme por temor de que pudessem sofrer um ato terrorista, a Sony anunciou no último dia 17 o cancelamento da estreia de “A Entrevista”, prevista para 25 de dezembro, mas depois voltou atrás e o filme foi finalmente exibido em salas independentes.

Obama elogiou na terça-feira passada a decisão da Sony de autorizar a exibição do filme, após ter considerado dias antes que o cancelamento de sua estreia era “um erro”. EFE

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