Castro ressalta condições para completar normalização de relações com EUA

  • Por Agencia EFE
  • 28/09/2015 21h23

Nações Unidas, 28 set (EFE).- O presidente de Cuba, Raúl Castro, afirmou nesta segunda-feira que o “longo processo de normalização das relações” com os Estados Unidos terminará quando, entre outras medidas, o governo americano devolver a base de Guantánamo e pagar compensações pelo embargo comercial.

Castro se pronunciou pela primeira vez no debate anual de alto nível na Assembleia Geral da ONU, com um discurso em que expressou solidariedade com vários governos da região e se referiu à decisão de Cuba e EUA de normalizar seus vínculos.

“Após 56 anos de heroica e abnegada resistência do povo cubano, foram restabelecidas as relações diplomáticas e as embaixadas nas respectivas capitais”, afirmou Castro.

Essa normalização foi anunciada em dezembro por EUA e Cuba e, como parte do processo, os dois países reabriram suas respectivas embaixadas em agosto.

A normalização dos vínculos será concluída quando, entre outras medidas exigidas por Castro, “for colocado um fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba”.

“E também quando for devolvido ao nosso país o território ocupado ilegalmente pela Base Naval de Guantánamo, terminarem as transmissões por rádio e televisão e os programas de subversão e desestabilização contra Cuba, e nosso povo for compensado pelos danos humanos e econômicos que ainda sofre”, acrescentou Castro.

Enquanto a situação persistir, o líder cubano afirmou que Cuba continuará a apresentar um projeto de resolução à Assembleia Geral da ONU no qual se pede o fim “ao bloqueio econômico, comercial e financeiro” imposto pelos Estados Unidos contra a ilha, e que costuma ter um amplo respaldo.

Em seu discurso, Raúl Castro expressou solidariedade com a Venezuela frente “às tentativas de desestabilizar e subverter o ordenamento constitucional”, e também com o Equador, cujo presidente, Rafael Correa, “se tornou o alvo do mesmo roteiro de desestabilização aplicado contra outros governos progressistas da região”.

O líder cubano também expressou convicção de que “o povo de Porto Rico merece ser livre e independente, depois de mais de um século submetido à dominação colonial”.

Além disso, se solidarizou com a Argentina por sua “legítima reivindicação de soberania” sobre as ilhas Malvinas e outras regiões do Atlântico Sul.

Raúl Castro também mencionou o fenômeno da emigração no Mar Mediterrâneo, que atribuiu “às ações de desestabilização que a Otan promoveu e executa em países do Oriente Médio e da África do Norte”, e ao “subdesenvolvimento e à pobreza imperante em países do continente africano”.

“A União Europeia deve assumir, de maneira plena e imediata, suas responsabilidades com a crise humanitária que ajudou a gerar”, insistiu Castro. EFE

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