Cazaquistão e China assinam acordos no valor de US$ 14 bilhões

  • Por Agencia EFE
  • 14/12/2014 13h29

Moscou, 14 dez (EFE).- Cazaquistão e China assinaram neste domingo acordos no valor de US$ 14 bilhões, além de vários convênios de cooperação nuclear, exploração de recursos minerais e uso das divisas nacionais em suas operações comerciais.

Estes acordos foram assinados durante a visita ao país centro-asiático do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, que se reuniu com o presidente e o primeiro-ministro cazaques, segundo informam as agências russas.

“Esta foi talvez uma das minhas visitas mais frutíferas. A soma mostra o quão profunda é a cooperação entre nossos países. Durante os últimos anos China e Cazaquistão iniciaram uma cooperação mutuamente benéfica”, disse Li.

Ambos chefes de governo decidiram pactuar suas políticas macroeconômicas e manter constantes consultas em vista das oscilações internacionais dos preços dos hidrocarbonetos, em particular do petróleo.

Da mesma forma que fez em outubro durante sua visita à Rússia, Li definiu hoje uma primeira linha de transferência em moeda estrangeira nacional no valor de 7 bilhões de iuanes (pouco mais de US$ 1 bilhão).

As companhias nacionais de ferrovias também assinaram um acordo de cooperação para promover o transporte de mercadorias entre ambos países, cujo objetivo é criar uma nova Rota da Seda, um corredor comercial do gigante asiático até Europa.

De fato, o presidente cazaque, Nursultan Nazarbayev, expressou depois de se reunir com Li seu respaldo à proposta chinesa de criar um fundo e um banco para financiar projetos de infraestrutura ao longo desse corredor.

O presidente chinês, Xi Jinping, promoveu a Rota da Seda do século 21, projeto que beneficiará três mil milhões de pessoas que vivem na Eurásia, em setembro de 2013 durante sua primeira visita ao Cazaquistão.

Agora não serão as caravanas de cavalos e camelos que transportavam especiarias, telas, minerais e pedras preciosas que impulsionarão o comércio eurasiático, mas as modernas redes de estradas, trens, oleodutos e gasodutos.

A esse respeito, os consórcios estatais de gás e petróleo de ambos países, KazMunaiGaz e CNPC, decidiram hoje aprofundar sua cooperação na exploração das jazidas de petróleo cazaques de Kumkol Sul e Kalamkas.

Também concordaram em reforçar a cooperação no âmbito da energia elétrica, o que incluiria as provisões cazaques à China e a outros países com o gigante asiático como território de passagem.

Além disso, decidiram criar uma empresa mista para a produção de combustível nuclear para abastecer as centrais da China e de terceiros países em território do Cazaquistão, o principal exportador mundial de urânio.

Chineses e cazaques também iniciarão vários projetos para modernizar a indústria carvoeira no país centro-asiático a fim de produzir carvão, combustível diesel, gás natural sintético e outros produtos químicos

Nazarbayev destacou que ambos países iniciaram todo tipo de projetos no âmbito do transporte e infraestrutura, e destacou que “uma grande parte do petróleo cazaque se extrai com participação chinesa”.

Por sua parte, Li ressaltou que no âmbito não energético os setores com maiores perspectivas são os recursos minerais, a construção de maquinaria e a agricultura.

A Ásia Central é uma das prioridades da política externa da China, que está transformando gradualmente a região em sua principal fonte de energia, dada a instabilidade do Oriente Médio e o alto custo dos hidrocarbonetos russos. EFE

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