Cazaquistão se posiciona no México como potência emergente perante A. Latina

  • Por Agencia EFE
  • 24/09/2014 00h21

Paula Escalada Medrano.

Cidade do México, 19 set (EFE).- A visita ao México do ministro das Relações Exteriores do Cazaquistão, Erlan Idrissov, a primeira de um funcionário de alto nível a este país, tem como principal objetivo abrir “novas geografias” para fortalecer as relações do país centro-asiático com o resto do planeta e chegar à América Latina.

“Tentamos nos posicionar em uma situação de relações significativas com o resto do mundo para assegurar-nos que criamos um entorno externo seguro, que nos garanta ter o ambiente adequado para focarmos em nosso crescimento interno e cumprir nossas ambiciosas metas internas”, disse Idrissov em uma conferência no México.

O Cazaquistão procura ser reconhecido dentro das 30 economias mais desenvolvidas do mundo em meados deste século, lembrou o ministro, e, já que estes planos “são muito ambiciosos”, “não podem ser realizados sem que estabeleçamos alianças significativas”.

Assim, enquanto nos primeiros anos deste país (que obteve sua independência em 1991 após a dissolução da URSS) se buscaram relações “com os vizinhos próximos” como a Rússia e a União Europeia, agora “nosso músculo é mais forte e buscamos novas geografias e dirigimos nosso olhar a geografias como América Latina, Caribe e África”, declarou Idrissov.

“Somos um pequeno país, mas temos uma voz forte e esperamos que seja escutada”, ressaltou o ministro na conferência intitulada “Cazaquistão no mundo moderno”.

Idrissov iniciou na quinta-feira uma visita ao México para ampliar a relação com o país latino-americano, que começou com um café da manhã com o ex-presidente Vicente Fox (2000-2006), que “compartilhou ideias muito interessantes” sobre os avanços que poderiam ter as relações entre os países, segundo o ministro cazaque.

Posteriormente se reuniu com o ministro de Economia, Ildefonso Guajardo, e com o diretor-geral da ProMéxico, Francisco González Díaz, que lidera a instituição mexicana encarregada da promoção dos investimentos e exportações no país, assim como com um grupo de empresários mexicanos.

Na parte da tarde, o ministro cazaque se reuniu com seu colega mexicano, José Antonio Meade, com quem assinou acordos para fortalecer as relações entre ambos países, entre eles a supressão de vistos diplomáticos, oficiais e de serviço (funcionários que não pertencem ao serviço exterior).

Decidiram também estabelecer um mecanismo de consultas em matérias de interesse comum e assinaram um memorando de entendimento em matéria de colaboração acadêmico-diplomática.

Já que a princípios deste ano funcionários de ambos países decidiram que o governo cazaque abriria uma sede diplomática no México em 2014 e o governo mexicano faria o mesmo na nação centro-asiática em 2015, hoje estabeleceram também a troca de notas diplomáticas para a abertura das embaixadas.

Em matéria econômica, convieram aumentar o número de missões empresariais e o comércio, particularmente nos setores de mineração, metalurgia, maquinaria, alimentação, construção e manufatura de materiais de construção, e o desenvolvimento da indústria química.

Após a assinatura dos acordos, ambos líderes deram uma mensagem aos meios de comunicação no qual Meade reconheceu “a importância do Cazaquistão na região de Ásia Central, como integrante da União Euroasiática, e reconheceu “o dinamismo que exibiu” ao ter conseguido desde 1992 até hoje crescer “doze vezes seu Produto Interno Bruto”.

“O conjunto de documentos que hoje assinamos procura dar um conteúdos real a uma relação diplomática formal”, comentou o chanceler mexicano.

A visita de Idrissov continuou nesta sexta, quando o representante do governo cazaque se reuniu no Senado mexicano com membros da Comissão de Relações Exteriores e da Comissão Política Ásia-Pacífico.

Por último, o ministro terá atividades privadas, que incluem uma visita às pirâmides de Teotihuacán.

No sábado se reunirá a portas fechadas com empresários e depois viajará a Nova York, onde representará seu país na Assembleia Geral da ONU. EFE

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