CE acredita que zona do euro continuará com 19 países-membros

  • Por Agencia EFE
  • 29/06/2015 12h04

Bruxelas, 29 jun (EFE).- O presidente da Comissão Europeia (CE), Jean-Claude Juncker, afirmou nesta segunda-feira que acredita que a zona do euro continuará a contar com 19 membros, incluindo a Grécia, e que a saída desse país do euro “nunca foi e nem será uma opção”.

“Minha expectativa é que seguiremos sendo 19 (na zona do euro) e que seremos mais vários ao longo dos próximos anos e décadas”, disse o luxemburguês em entrevista coletiva para abordar a situação da Grécia após a ruptura das negociações com as instituições internacionais credoras.

Após dizer que “a saída da Grécia do euro nunca foi e nem será uma opção”, Juncker repudiou as classificações de “ultimato e chantagem” atribuídas por Atenas às propostas.

“Fiz de tudo para chegar a um acordo com o governo da Grécia”, disse Juncker, que informou que esse acordo também precisa ser aprovado pelas outras 18 democracias do euro, que “deixaram bilhões do dinheiro de seus contribuintes na Grécia”.

Na opinião do político luxemburguês, a Europa “não pode funcionar se não for capaz de lidar com as diferenças” e destacou que na zona do euro “há 19 democracias, e não 18 contra uma ou uma contra 18”.

Para Juncker, a questão grega não se trata de “um jogo de vencedores ou perdedores, pois ou todos ganham ou todos perdem na zona do euro”.

“Eu me sinto triste pelo espetáculo dos últimos dias. A boa vontade se evaporou. Após todos os meus esforços e das outras instituições, me sinto traído”, desabafou.

O representante da CE também comentou que os negociadores gregos “se levantaram da mesa de maneira inesperada na sexta-feira”, quando negociavam uma saída da crise com as três instituições credoras: a Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE).

“Movimentamos montanhas até o último momento, quando as autoridades gregas fecharam a porta”, contou.

Juncker afirmou que “será preciso” que os cidadãos gregos, convocados às urnas para decidir em referendo se aceitam as últimas propostas dos credores, “vejam claramente o que está em jogo”.

Nesse contexto, o presidente da CE se esforçou para explicar alguns detalhes da proposta europeia à Grécia, e insistiu em esclarecer que não envolve cortes em salários nem em pensões e que não se trata “de um estúpido pacote de austeridade”.

“É um pacote exigente, mas justo”, ressaltou Juncker, que explicou as propostas incluem medidas “para se criar uma justiça social maior, mais crescimento e uma administração pública mais moderna e transparente”.

Juncker reconheceu que algumas das propostas “trarão sofrimento a médio prazo”, mas que o pacote “vai muito além das medidas fiscais e propõe uma clara maneira de avançar”. Além disso, ressaltou o rebaixamento das metas fiscais e mais tempo ao governo grego para alcançá-las.

Segundo Juncker, em comparação com a proposta anterior, a atual pede à Grécia menos de 12 bilhões de euros de economias para os próximos anos. EFE

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