Centenas de pessoas esperam no aeroporto de Katmandu para sair do Nepal

  • Por Agencia EFE
  • 28/04/2015 06h52

Katmandu, 28 abr (EFE).- Centenas de pessoas espalhadas pelo chão, engrossando uma interminável fila, ou protegidas da chuva em locais onde melhor podem se esconder, esperam deixar o aeroporto de Katmandu após o terremoto de magnitude 7,8 que devastou parte do Nepal no último sábado, tragédia que já deixou mais de 4.300 mortos.

Barracas montadas nos jardins em frente à entrada, movimento intenso de funcionários de embaixadas estrangeiras, voluntários e soldados se misturam aos passageiros no aeroporto de Tribhuvan, o principal da capital nepalesa, também atingido pelo tremor e completamente saturado de tráfego aéreo nas últimas horas.

Os painéis mostram cancelamentos e atrasos de quase todos os voos com destino aos países próximos – Índia, Malásia, Tailândia e China. No entanto, é praticamente impossível conseguir alguma informação oficial com a Autoridade de Aviação Civil.

Sylochana Somal, uma jovem, de 27 anos, que está há três dias no aeroporto com seu marido e filho, só quer voltar à Índia, seu país de origem, desejo de muitos que também aguardam no local.

“Ouvimos dizer que o governo indiano estava fornecendo passagens, mas não conseguimos nada”, disse.

A também indiana Lalit Agrawal indicou que há muitos cidadãos do país vivendo no Nepal e, por isso, é difícil evacuar todos.

“Outro problema é que o aeroporto é muito pequeno. Estamos dormindo aqui fora todas as noites”, afirmou.

Os que vivem longe tiveram que procurar outras formas para obter passagens de volta. Caso do australiano Bryan Ponsaol, que conseguiu conversar com sua família em Melbourne e, após dois dias, voa hoje para casa.

“Viemos aqui no dia seguinte do terremoto, mas não conseguimos nem entrar. Havia uma fila enorme e os guichês estavam fechados”, disse, revelando que decidiu suspender uma viagem que fazia pela Ásia com um grupo de amigos.

Segundo o último balanço divulgado pelo governo, o terremoto deixou mais de 4.300 mortos e 8.000 feridos, além de um número ainda indeterminado de desaparecidos.

O terremoto de sábado foi o de maior magnitude registrado no Nepal em quase 80 anos, além de ter sido o pior que atingiu a região desde 2005, quando um tremor matou mais de 84 mil pessoas na Caxemira, na vizinha Índia. EFE

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