Centenas de refugiados fogem de centro de encontro no sul da Hungria
Marcelo Nagy.
Budapeste, 9 set (EFE).- Centenas de pessoas tentaram fugir nos últimos dias do centro de encontro de refugiados organizado pela polícia na cidade de Röszke, na Hungria, e muitos, como Osama, um sírio de 21 anos, chegaram até a estação de trens Keleti, em Budapeste, para de lá seguir em direção a países do Ocidente.
“Já sabíamos que em Röszke há problemas”, contou Osama à Agência Efe na estação, explicando que muitas vezes é preciso passar horas e até noites nesse centro sem saber o que vai acontecer.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) pediu ontem à Hungria para melhorar as condições de recepção para os solicitantes de asilo que chegam ao país e fazer com que os processos de registro dos refugiados sejam mais simples.
Estudante universitário, Osama disse que antes de atravessar a fronteira da Sérvia com a Hungria, ontem, ele, seus dois primos e um amigo se inteiraram de que havia tensão do outro lado, por isso logo após chegarem, eles aproveitaram a primeira oportunidade para fugir com outros 200 refugiados do centro de encontro.
“Não queremos que nos registrem. Queremos chegar à Alemanha”, acrescentou Osama, que contou ter demorado duas semanas para ir da Síria até a Hungria.
Embora muitos dos que fogem tenham sido detidos pela polícia e levados de volta ao centro de encontro da mesma cidade, Osama e seu grupo conseguiram se afastar da estrada.
O grupo chegou à meia-noite a Budapeste, mas Osama não quis revelar como tinha conseguido entrar na capital.
São muitos os refugiados que pagam a motoristas para que os levem clandestinamente à capital húngara.
Como a grande maioria dos mais de 170 mil refugiados que entraram na Hungria neste ano, Osama quer chegar à Alemanha para solicitar asilo e prosseguir seus estudos. Ele e seus amigos aguardam na estação de trem para seguir viagem em algum dos próximos trens.
Enquanto esperam, na estação e na saída do metrô, os voluntários da ONG Migration Aid, criada no Facebook, tentam fazer mais agradável a espera para cerca de 100 refugiados que por enquanto lá permanecem.
Em diferentes partes da estação, alguns deles são vistos desenhando com as crianças, enquanto outros tocam música para entreter os pais. Com a ajuda dos voluntários, os refugiados se organizam cada vez melhor e esperam em ordenadas filas para poder entrar nos trens.
Segundo um funcionário da estação, cada trem parte em direção à Alemanha com entre 150 e 250 refugiados. EFE
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