Cerca de mil imigrantes haitianos devem chegar em SP nos próximos dias; Haddad reclama da falta de aviso

  • Por Jovem Pan
  • 19/05/2015 16h15
EFE/Sebastião Moreira Haitianos chegam desolados em São Paulo

Em São Paulo, a notícia do envio de quase mil imigrantes haitianos pelo governo do Acre causa preocupação. Desde quinta-feira (14), 22 ônibus saíram de Rio Branco com direção a capital paulista. O transporte custará R$ 1 milhão e será bancado pelo Ministério da Justiça.

A secretaria de Direitos Humanos da Prefeitura afirmou que a medida tomada pelo governo acreano causa grande desconforto. Falando ao repórter Tiago Muniz, o prefeito Fernando Haddad disse que não há problemas em receber os imigrantes, mas reclamou da falta de aviso.

“Ontem mesmo, o secretário de Direitos Humanos ligou para Brasília e para o Acre pedindo um pouco mais antecedência. É difícil receber de última hora. Agora vamos fazer o que for possível para recepcioná-los. Mobilizar as empresas em busca de força de trabalho para que eles possam se alocar o mais rapidamente possível”, disse.

Em nota, a Secretaria de Direitos Humanos disse que a cidade terá dificuldades para receber os haitianos. Na região do Glicério, não há mais espaço. O padre Paolo Parise, um dos coordenadores da Missão Paz que recebe os imigrantes, afirmou que o número de abrigados passou do limite do local.

“Precisa de um outro local, seja para transferir as pessoas que estão aqui, dormindo em cima de cobertores no chão, em uma estrutura que tenha capacidade de acolhida. Está faltando uma coordenação maior neste tipo de ações e mais protagonismo do Governo federal”, explicou.

Segundo o governo do Acre, o fluxo de imigrantes para São Paulo não parou desde o ano passado e só aumentou desde a semana passada. O chefe de promoção de direitos humanos do Estado Rucelino Barbosa, afirmou que os imigrantes que escolhem para onde vão.

“Esse translado dos imigrantes passa aqui pelo Estado vem sendo feito desde o ano passado pelo governo do Acre em parceria com o Governo federal. Quem libera esse recurso para o transporte é o Governo federal. O destino é decidido pelo imigrante”, esclareceu.

Rucelino Barbosa afirmou ainda que diariamente cerca de 50 imigrantes haitianos passam pelas fronteiras brasileiras com Peru e Bolívia e chegam no Acre.

O número de abrigados na capital Rio Branco chegou a 800 na última semana e caiu para 500 depois dos translados. Em nota, o Ministério da Justiça disse que patrocinou o translado para fazer a desconcentração dos destinos conforme as ofertas de emprego.

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