Cesário Ramalho reconhece crise no setor de carne, mas crê em recuperação

  • Por Jovem Pan
  • 18/03/2017 15h51

Vice-presidente da Abramilho e ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB) Raul Moreira/Divulgação SNA REP - Vice-presidente da Abramilho e ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB)

O vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Cesário Ramalho, classifica as revelações sobre as adulterações em carnes brasileiras reveladas pela Polícia Federal como “uma coisa estarrecedora”. Ele vê, no entanto, o setor nacional ainda muito competitivo e possibilidades de recuperação.

“Fomos tomados por um choque extraordinário porque pode crer o brasileiro que o rebanho brasileiro é um rebanho completamente isento de qualquer questão sanitária negativa”, afirmou em entrevista exclusiva à Jovem Pan. Ouça AQUI.

Ramalho lembra que o Brasil conseguiu se livrar da febre aftosa nas carnes. “Existe uma corrupção de pessoas. O sistema brasileiro é robusto. As técnicas, os protocolos de fiscalização”, diferencia. Ramalho também rejeita a comparação da Operação Carne Fraca da PF com a Lava Jato e não acredita que as investigações encontrem muito mais desmandos e irregularidades no setor.

“Não é uma coisa tão grandiosa, que você possa trilhar esses caminhos para fazer essas coisas”, diz. “Eu não acredito que isso (investigações) possa crescer muito”. “Isso (o setor de carne) é muito mais exposto, muito mais aberto, muito mais transparente”, afirma.

O membro da Abramilho, no entanto, prevê que o mercado será afetado. “Já há frigoríficos com contratos cancelados”, testemunha Ramalho. “Eu sinto meu setor, como produror e pecuarista, como muito organizado”, revela. “Pessoal vai querer jogar os preços para baixo, cancelar contratos”, aguarda Ramalho.

Ele acredita ainda que a crise será uma “oportunidade” para o setor mostrar ao mundo resiliência. “Temos bastante confiança no minstro Blairo Maggi (Agricultura e Pecuária). Temos uma estrutura, uma base, para vencer e dar tranquilidade ao setor brasileiro”, garante. “Acredito que vamos com certeza absoluta reverter”, confia.

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