Chanceler de Portugal elogia ajuste fiscal de Dilma

  • Por Agencia EFE
  • 14/05/2015 15h26

Pablo Giuliano.

São Paulo, 6 mai (EFE).- O ministro das Relações Exteriores de Portugal, Rui Machete, apoiou nesta quarta-feira em São Paulo o plano de ajuste fiscal do governo de Dilma Rousseff e afirmou que a contenção de despesas é “o melhor caminho” para retomar o crescimento econômico.

“Acho que as medidas (de ajuste) são o caminho: é necessário produzir mais, investir e, digamos, gastar menos em coisas que não são essenciais”, afirmou Machete a jornalistas depois de um almoço com empresários portugueses e brasileiros na Câmara Portuguesa de Negócios, no terceiro de seus quatro dias de visita ao Brasil.

Machete elogiou o principal objetivo econômico do governo neste ano, alcançar um superávit primário de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

O ministro afirmou à Agência Efe que a perspectiva de contração da economia brasileira (a previsão é de crescimento negativo de 1% este ano) “pode ser minimizada”.

“Isso depende das medidas adotadas, da evolução do mercado mundial, da sorte e da vontade dos brasileiros. Confiamos que o Brasil terá essa capacidade”, disse.

Durante seu discurso para empresários em São Paulo, Machete disse que Portugal “deixou para trás a recessão” e está atraente para os investidores brasileiros.

“Existe uma ampla margem para que o volume de investimentos brasileiros em Portugal aumente ainda mais”, ressaltou o ministro.

Segundo Machete, Portugal, que tem no Brasil seu principal parceiro na América Latina, se transformou em uma oportunidade para empresas brasileiras após concluir “com sucesso, em maio do ano passado, o programa de ajuste a que se sujeitou após a crise econômica que afetou a Europa nos últimos anos”.

“Portugal corrigiu os desequilíbrios estruturais na economia e atualmente está a caminho do crescimento econômico sustentável, deixando para trás o período de recessão”, garantiu Machete, citando a expectativa de crescimento este ano de 1,5% no Produto Interno Bruto.

O chanceler afirmou que os empresários brasileiros estão, em 2015, em segundo lugar nas autorizações concedidas para investir em Portugal, e destacou o desembarque com força de empresas como Embraer, o grupo Intercemento-Camargo Corrêa e O Boticário.

Para Portugal, o mercado de 200 milhões de pessoas do Brasil é estratégico para as exportações. O país é o terceiro maior mercado de destino fora da União Europeia, somente atrás dos Estados Unidos e de Angola, e o número 1 na América Latina.

“O número de empresas portuguesas que exportam para o Brasil cresceu de forma significativa, de 1.100 em 2009 para 1.740 em 2013”, ressaltou Machete, ao elogiar a criação de um novo fórum de negócios em São Paulo destinado a atrair pequenas e médias empresas portuguesas para a capital paulista.

Antes do encontro com empresários, o chanceler visitou o Museu da Língua Portuguesa, e destacou que por atrás do inglês e do espanhol, a língua de Camões é a que mais ganha relevância no mundo dos negócios emergentes graças a países como Brasil, Angola e Moçambique.

“Temos esse diferencial na língua portuguesa: geopoliticamente estamos presentes em quatro espaços, como Europa, América, África e Ásia”, ressaltou.

O ministro destacou que o português é a quinta língua mais falada no mundo (por 254 milhões de pessoas, 3,7% da população mundial), a quinta mais usada na internet, com 122 milhões de usuários, a terceira no Facebook e a quarta no Twitter.

O ministro também defendeu a troca científica e acadêmica para o desenvolvimento dos países membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Timor-Leste, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Guiné Equatorial).

A visita de Machete ao Brasil termina amanhã em São Paulo, depois de ter visitado também Brasília e Rio de Janeiro. EFE

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