Chanceleres da África Austral se reúnem para analisar golpe no Lesoto

  • Por Agencia EFE
  • 31/08/2014 14h47

Nairóbi, 31 ago (EFE).- Os ministros das Relações Exteriores da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) se reunirão nas próximas horas em Pretória, na África do Sul, para analisar a crise no Lesoto, onde o Exército tomou ontem os quartéis da polícia e as estações de comunicação em uma suposta tentativa de golpe.

Segundo a imprensa sul-africana, o vice-primeiro-ministro de Lesoto, Mothejoa Metsing, participará da reunião para tentar buscar uma solução pacífica à situação. O Departamento de Relações Internacionais sul-africano, por sua vez, informou que o encontro ocorrerá dentro das próximas 24 horas.

O primeiro-ministro de Lesoto, Thomas Thabane, se encontra refugiado na África do Sul, onde chegou pouco antes da realização dessa intervenção militar.

De acordo com a emissora de rádio sul-africana “Eyewitness News”, o titular de Comunicações de Lesoto, Selibe Mochoboroane, explicou que Metsing assumiu o governo à revelia do primeiro-ministro, como manda a Constituição.

Thabane, que não voltará a Lesoto até que sua segurança seja garantida, denunciou ontem que o Exército tinha tomado o controle do país, depois de ter ocupado os quartéis policiais e as principais estações de comunicação, cortadas durante horas.

O Exército, por sua parte, negou que se tratasse de um golpe de Estado e explicou que foi uma ação contra a Polícia para evitar a venda de armas aos partidos políticos.

As relações entre o primeiro-ministro e o chefe do Exército, Tlali Kamoli, foram rompidas depois que Thabane tentou afastar o general por suspeitar de seus supostos planos de sedição.

Thabane fechou recentemente o parlamento por um período de nove meses, perante uma crise da coalizão que há dois anos se mantém no poder.

A formação de Thabane governa o país em coalizão com outros dois partidos desde as eleições de 2012, desenvolvidas com normalidade.

O reino de Lesoto obteve a independência do Reino Unido em 1966 e, quatro anos depois, deu início a uma longa trajetória de golpes de Estado. EFE

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