Chavismo e oposição marcharão amanhã para lembrar 1º aniversário de protestos
Caracas, 11 fev (EFE).- O chavismo e uma parte da oposição se mobilizarão amanhã na Venezuela para lembrar o primeiro aniversário do início dos protestos antigovernamentais que deixaram 43 mortos, em uma data marcada também pela celebração do Dia da Juventude.
“No dia de amanhã estamos convocando uma passeata denominada Marcha pela Paz e a Justiça”, disse nesta quarta-feira aos jornalistas o representante da juventude do governante Partido Socialista da Venezuela (JPSUV), Hanthony Coello.
A mobilização chavista, que percorrerá o centro de Caracas, será usada também para comemorar o 201º aniversário da chamada Batalha da Vitória, que originou o Dia da Juventude na Venezuela, e “para demonstrar mais uma vez o respaldo à revolução bolivariana”, afirmou o porta-voz da juventude chavista.
Além disso, Coello lembrou que amanhã também será realizado um desfile cívico militar no centro do país e outro evento musical no estado de Táchira, onde será feito “um chamado à paz”.
Por sua parte, um setor da oposição, liderado pela dirigente María Corina Machado e o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, convocou uma marcha “por nossos heróis” e “em honra aos que não estão hoje” em diferentes cidades do país, incluindo a capital venezuelana.
Além disso, a Federação de Centros de Estudantes da Universidade Central da Venezuela (FCU-UCV) informou que amanhã lançará o documento “Declaração de Fevereiro – Os 12 alinhamentos para a luta em 2015”.
“A Venezuela necessita mais do que nunca de jovens comprometidos e aqui estamos dispostos a lutar”, declarou o presidente da FCU-UCV, Hasler Iglesias, em sua conta no Twitter.
Em 12 de fevereiro de 2014 os estudantes e um setor da oposição convocaram uma manifestação contra o governo em cujo término um grupo se dirigiu à sede da procuradoria, onde se geraram incidentes violentos que acabaram com a morte de três pessoas.
Esse dia marcou o início de uma onda de protestos antigovernamentais entre fevereiro e abril que deixou um saldo de 43 mortos e centenas de feridos e detidos.
Governo e oposição se acusaram mutuamente da responsabilidade pelas vítimas mortais, entre as quais 33 eram civis e dez pertenciam a diferentes corpos policiais e às forças armadas, que prestaram apoio por meio da Guarda Nacional Bolivariana, segundo um relatório publicado ontem pela procuradoria.
Quanto aos 878 feridos, 600 foram civis e 278 pertenciam a corpos de segurança. Das 41 pessoas que ainda se encontram presas por sua suposta responsabilidade nesses incidentes, 27 são civis e 14 são funcionários policiais e da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), segundo o mesmo relatório. EFE
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