Chefe da junta militar da Tailândia toma posso como primeiro-ministro
Bangcoc, 25 ago (EFE).- O chefe da junta militar da Tailândia, o general Prayuth Chan-ocha, recebeu nesta segunda-feira a ordem real que o nomeia formalmente como novo primeiro-ministro do país, cargo para o qual foi eleito pelo Parlamento formado a dedo pela própria junta.
Prayuth assumiu o cargo em cerimônia a portas fechadas que aconteceu no quartel-general do Exército em Bangcoc, onde fez-se chegar a ordem de nomeação assinada pelo rei Bhumibol Adulyadej.
A posse, que foi retransmitida por todas as televisões locais, aconteceu às 10h39 (horário local, 2h39 em Brasília), o que sugere a intervenção de astrólogos para identificar um horário com bons augúrios.
O ato consistiu na leitura da ordem real que Prayuth recolheu após prostrar-se diante do altar com um quadro do rei que presidia a sala e antes de fazer um breve discurso no qual pediu a colaboração de todos os setores do país no processo de reformas.
“Não estamos deixando ninguém de lado. Todo o mundo está convidado a participar do Conselho Nacional para a Reforma. Não queremos que ninguém fique à margem da democracia”, disse o novo chefe de governo.
Prayuth, de 60 anos, foi nomeado para o cargo na quinta-feira passada unanimemente pelo novo Legislativo, que conta com mais da metade de suas cadeiras ocupadas por militares na ativa ou reformados.
O novo primeiro-ministro, que em setembro deveria se aposentar como chefe do Exército, disse que submeterá aos membros de seu governo à aprovação do monarca no final de outubro.
Prayuth disse que ainda há vários problemas relacionados com a segurança e leis que devem ser atualizadas, e se comprometeu a trabalhar em favor do interesse do país e da reconciliação nacional.
Está previsto que no novo Governo estejam os principais líderes da junta militar e altos cargos das forças armadas.
Apesar de sua nomeação, espera-se que Prayuth continue à frente da junta militar, que na Constituição interina aprovada no mês passado se outorgou o poder absoluto acima do legislativo e dos tribunais, e concedeu a anistia a todos seus membros.
A junta militar, que tomou o poder em um golpe de Estado em 22 de maio, pretende realizar uma série de reformas políticas, sociais e econômicas que, segundo anunciaram, culminarão em outubro de 2015 com a convocação de eleições parlamentares.
Desde o levante, centenas de políticos, ativistas, acadêmicos e jornalistas foram detidos, intimidados e obrigados a renunciar a toda atividade política de oposição ou crítica ao novo regime militar. EFE
jcp/ma
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