Chefe das Farc conta em entrevista como decidiu aceitar data para a paz
Caracas, 29 set (EFE).- O líder das Farc, conhecido como “Timochenko”, revelou em entrevista para a emissora interestatal “Telesur” que mudou de opinião e aceitou estabelecer uma data para a assinatura do acordo de paz com o Estado da Colômbia.
“Eu era taxativamente contra pôr datas, mas depois me convenceram e pronto: vamos inclusive antes dessa data; podemos fazê-lo antes se houver vontade”, declarou o líder guerrilheiro em uma fragmento da entrevista divulgado nesta terça-feira.
A “Telesur”, sediada na Venezuela, exibirá na noite de hoje a entrevista, que foi realizada em Cuba pela ativista de direitos humanos colombiana e ex-senadora Piedad Córdoba.
“Se conseguirmos comprometer a grande maioria da sociedade, por mais difíceis que sejam os problemas, se a grande maioria da sociedade se comprometer a encontrar soluções as encontraremos; não estou pedindo ao povo que apoie nossas bandeiras políticas nem nossas ideias”, acrescentou “Timochenko” em outro trecho.
O líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) fez o balanço do grupo sobre as negociações de paz, um dia depois de terem feito o próprio em Bogotá representantes do governo do presidente colombiano Juan Manuel Santos.
O comparecimento do chefe da equipe negociadora, Humberto de la Calle, e do alto comissário de paz, Sergio Jaramillo, teve o ápice quando foram questionados sobre as implicações que o acordo pode ter para militares, policiais e outros agentes do Estado.
“Nós não vamos aceitar um cenário em que despacharemos rapidamente as Farc para nos dedicarmos a abrir investigações contra agentes do Estado ou civis. Esse não será o cenário”, explicou Jaramillo.
Na quarta-feira, o governo colombiano e as Farc anunciaram em Havana um acordo no ponto de justiça transitória em um ato liderado por Santos e “Timochenko”.
Esse pacto, sobre um dos temas mais espinhosos, implica uma série de benefícios jurídicos que poderão contemplar alguns membros das Farc, os que não cometeram delitos mais graves, e que também é aplicável a civis, militares e outros agentes do Estado que tenham cometido crimes durante o conflito armado. EFE
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