Chefe de Gabinete diz que Cristina governa com “absoluta dedicação”
Buenos Aires, 19 jan (EFE).- O chefe de Gabinete do governo argentino, Jorge Capitanich, garantiu que a presidente Cristina Kirchner que completa neste domingo um mês de sua última aparição pública, continua “governando o país com plena e absoluta dedicação”.
Em uma entrevista ao diário argentino “Página 12”, Capitanich, que completa hoje dois meses no cargo, ressaltou que Cristina “toma decisões de forma sistemática e diária, tanto estratégicas, como operativas, e está em contato com cada um de seus ministros”.
“(A presidente) é um pessoa que está governando com plena e absoluta dedicação”, reforçou.
Na entrevista, o chefe de gabinete repassou os principais problemas que teve que enfrentar desde que deixou o governo da província de Chaco para passar a ser uma das figuras de maior presença no Executivo nacional.
“Há uma tentativa de desestabilização permanente do governo”, alfinetou Capitanich em relação, principalmente, à greve salarial de várias polícias provinciais, que em dezembro provocou uma violenta onda de saques por grande parte do país, que deixou 11 mortos no total.
“Todo mecanismo de aceitação da extorsão por parte do sistema democrático termina mal. Há um papel indelegável da Justiça para a investigação e a prisão daqueles que foram autores de delitos. Não se pode autorizar nenhum tipo de negociação sob extorsão”, assinalou Capitanich.
Os protestos policiais terminaram depois que os agentes conseguiram reajustes de até 50%, acordos que algumas províncias querem anular por ter sido alcançados sob pressão.
“O que diz a Justiça em muitos casos, que sob pressão se determina a nulidade dos atos. É imprescindível pensar se com 30 anos de democracia ainda temos que aceitar métodos extorsivos”, questionou o chefe de Gabinete na entrevista.
Capitanich fez referência também à situação econômica da Argentina, especialmente à queda de reservas do Banco Central e ao dólar informal, que alcançou esta semana recorde na cotação.
“Efetivamente, tivemos uma evolução das reservas com o programa de desalavancagem. Praticamente US$ 43 bilhões se destinaram a pagar dívida”, explicou o chefe de ministros, que lembrou que o mercado do conhecido como “dólar blue” é ilegal.
“A política econômica definida pela presidente está orientada à substituição de importações, a industrialização mais acelerada e ao aumento de exportações. Esses são os temas a resolver, igual ao autoabastecimiento de energia, que vai implicar menor demanda de divisas”, afirmou.
Sobre a possibilidade de o governo tomar o controle das empresas elétricas, após os problemas de abastecimento que deixaram milhares de usuários sem luz durante a onda de calor que o país viveu em dezembro, Capitanich garantiu que as companhias devem realizar os investimentos que prometeram.
“A presidente tomou a decisão de deixar conformado o ente regulador e este ente é o responsável pela supervisão do plano de investimentos, de avaliar a qualidade do serviço e do plano operacional e de contingência com a finalidade de garantir que existam equipes treinadas com os recursos adequados”, ressaltou o chefe de Gabinete. EFE
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