Chefe de junta militar tailandesa pede “paciência” à comunidade internacional
Bangcoc, 6 jun (EFE).- O chefe da junta militar da Tailândia, o general Prayuth Chan-ocha, pediu “paciência” à comunidade internacional nesta sexta-feira perante o processo dos militares para “construir” o país e a democracia.
Prayuth insistiu que o levante militar teve o objetivo de “defender” a democracia ameaçada pela corrupção e pela “ditadura parlamentar” do governo que, em sua opinião, não contava com o respeito da comunidade internacional.
“Nossa intenção é devolver a felicidade aos tailandeses”, disse o militar golpista em seu discurso semanal das sextas-feiras retransmitido em todos os canais de televisão nacionais com legendas em inglês.
O líder da junta militar destacou que sua intenção é devolver a normalidade ao país e prepará-lo para a criação da Comunidade Econômica da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), prevista para 2015.
O general opinou que a sociedade tailandesa tinha se tornado “imoral” perante a passividade da Justiça e a corrupção dos políticos.
Os militares asseguraram que promoverão eleições assim que realizem as reformas do sistema, que consideram corrompido, um processo que durará pelo menos um ano.
Prayuth protagonizou o golpe de Estado do último dia 22 de maio após mais de sete meses de protestos antigovernamentais nos quais morreram 28 pessoas e mais de 700 ficaram feridas.
Após o levante, a junta militar convocou para depoimento mais de 300 políticos, aliados e membros do governo deposto, intelectuais, acadêmicos, ativistas e jornalistas, aos quais pôs sob detenção temporariamente, entre eles a ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra.
A Tailândia sofre uma grave crise política desde o último golpe de Estado em 2006 contra Thaksin Shinawatra, que vive no exílio para evitar uma condenação de dois anos de prisão por corrupção e a quem seus opositores acusavam de dirigir o Executivo deposto à distância.
Thaksin e seus aliados ganharam todas eleições desde 2001.
Os militares tailandeses protagonizaram 19 tentativas golpistas, das quaos consumaram 12 com sucesso, desde o fim da monarquia absoluta em 1932. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.