Chefe do ELN não acha possível acordo de paz com governo a curto prazo

  • Por Agencia EFE
  • 05/02/2015 13h50
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Bogotá, 5 fev (EFE).- O grupo guerrilheiro Exército de Libertação Nacional (ELN) não acredita que a curto prazo possa ser possível chegar a um acordo com o governo colombiano que signifique a inserção da organização na vida civil, disse o líder da milícia, Nicolás Rodríguez Bautista, conhecido como “Gabino”, em entrevista divulgada nesta quinta-feira.

O chefe guerrilheiro afirmou ao “Canal Capital”, a televisão publica de Bogotá, que está disposto a negociar o fim do conflito com o governo do presidente Juan Manuel Santos, com quem o ELN mantém conversas “exploratórias” há um ano, mas ressaltou que falta um longo caminho a percorrer.

“Queremos falar com o governo, com a comunidade internacional e com todos os humildes da Colômbia e qualquer um que esteja interessado em dialogar com o ELN sobre o tema”, disse “Gabino”, ressaltando, no entanto, que o processo é demorado.

“De modo que é claro que não vemos essa possibilidade a curto prazo, de fato sempre dissemos que o processo de paz não é um assunto de meses. “Não é um problema de capricho, é um problema de análise da realidade”, sentenciou.

Segundo “Gabino”, o ELN aceitou o pedido do governo para iniciar um processo de paz similar ao que está sendo realizado em Havana (Cuba) com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). De acordo com o líder, com base no resultado das conversas com o governo será decidido se o grupo abandona a luta armada, iniciada há 50 anos.

“Com certeza nós respondemos a esse chamado com a postura de que se o governo nos convencer que as armas não são necessárias, estaríamos dispostos a deixar de usá-las”, afirmou.

O governo e o ELN anunciaram em 10 de junho em um comunicado conjunto os diálogos “exploratórios”, mas desde então não divulgaram mais avanços e o próprio presidente Santos reconheceu no sábado passado que ainda falta um bom caminho para iniciar uma negociação formal de paz.

Segundo “Gabino”, o ELN é consciente da necessidade de paz do país, mas falta decisão, principalmente por parte do governo para negociar.

“Temos toda a disposição do diálogo, mas isso não depende unicamente de nós, a outra parte é o governo e não encontramos a decisão nem a força de concretizar os diálogos com o ELN”, disse.

“Gabino” ressaltou a importância da participação da sociedade no processo de paz, um dos pontos já estipulados por seu grupo com o governo para uma eventual agenda de diálogos, assim como uma discussão sobre as vítimas.

O ELN fala de uma agenda de seis pontos, entre os quais estariam, além dos dois já estipulados, “o impacto do modelo econômico na vida do país e tudo o que tem a ver com o assunto das armas”, afirmou.

Segundo o chefe guerrilheiro, o ELN pode discutir “todos os temas da agenda do país”, entre os quais citou “mineração e energia, terra, saúde, serviços públicos e o problema agrário”, mas ressaltou que para o grupo “é muito importante que a sociedade colombiana discuta todos estes e outros temas”. EFE

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