Chefe do Exército dos EUA sugere envio de tropas ao Iraque para combater o EI
Washington, 12 ago (EFE).- O chefe do Exército dos Estados Unidos, general Ray Odierno, afirmou nesta quarta-feira que aconselharia o envio de tropas americanas ao Iraque se não houver progressos nos próximos meses na luta contra o Estado Islâmico (EI).
“Se observamos que não estamos obtendo progressos nos próximos meses, certamente consideraria enviar alguns soldados (ao Iraque)” indicou Odierno em sua última entrevista coletiva no Pentágono, já que se aposentará após 39 anos nas Forças Armadas.
“Seria uma opção que deveríamos apresentar ao presidente (Barack Obama)”, acrescentou o comandante militar, destacando que a situação na Síria é diferente do que no país vizinho.
Obama sempre se mostrou contrário ao retorno de tropas no território iraquiano.
O general reconheceu que se os EUA não tivessem retirado todos os soldados do Iraque, como ordenou Obama em 2011, “provavelmente não estaríamos na situação na qual nos encontramos agora”. No entanto, lembrou que a saída americana foi negociada ainda durante o governo do antecessor do atual presidente, George W. Bush.
Sobre a Síria, Odierno afirmou que evitaria recomendar o envio de tropas ao terreno porque a situação não pode ser comparada. Mais uma vez, o general destacou que o problema do EI corresponde à toda região e que os EUA não podem resolvê-lo sozinhos.
Para o chefe do Exército, no entanto, a maior ameaça aos americanos não está no Oriente Médio.
“Acho que a Rússia é o maior perigo, por uma série de motivos. Em primeiro lugar, estão mais desenvolvidos do que alguns de nossos outros adversários potenciais, e expressaram algumas tentativas que me preocupam”, afirmou Odierno.
“Eles demonstraram uma significativa capacidade na Ucrânia para realizar operações que são bastante sofisticadas, por isso que, para mim, deveríamos prestar muita atenção a isso”, completou.
O chefe do Exército também manifestou uma crescente preocupação com cortes orçamentários realizados no orçamento do Departamento de Defesa, que reduziram o número de tropas disponíveis e o ritmo de modernização tecnológica necessária para acompanhar os desafios globais. EFE
afs/lvl
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.