Chefe do Pentágono fala com colega russo por movimentos militares na Síria

  • Por Agencia EFE
  • 18/09/2015 14h59
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Washington, 18 set (EFE).- O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Ashton Carter, falou nesta sexta-feira por telefone com seu colega russo, Sergei Shoygu, sobre a situação na Síria e pediu que não reforçe militarmente o regime de Damasco.

“O secretário (de Defesa) enfatizou a importância de manter consultas em paralelo com as conversas diplomáticas que assegurem uma transição política na Síria”, garantiu em comunicado o porta-voz do Pentágono, Peter Cook.

Carter comentou que “acabar com o Estado Islâmico (EI) e assegurar uma transição política são objetivos que devem ser perseguidos ao mesmo tempo”.

O Pentágono confirmou que a Rússia está tentando habilitar uma base aérea em Latakia (oeste da Síria) para começar a transferir pessoas e artilharia pesada, dando assim um apoio militar vital para o regime do líder sírio, Bashar al-Assad.

A Rússia, que já tem uma base naval em Tartús, frente ao Mediterrâneo, estaria pondo um pé militar no Oriente Médio sem precedentes desde os anos 70.

Carter, que é a primeira vez que fala com Shoygu desde que o desdobramento foi divulgado, disse, através de seu porta-voz, que a conversa foi “construtiva” e que abordaram temas “nos quais os Estados Unidos e Rússia têm perspectivas comuns e divergentes”.

“Ambos acordaram seguir falando para tratar mecanismos de redução de conflitos na Síria e na campanha contra o EI”, explicou Cook no comunicado.

Até o momento, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, liderou as conversas com Moscou para transmitir a preocupação de Washington sobre os movimentos russos e para alinhar ambos governos, distanciados desde a crise ucraniana, na estratégia síria.

Os Estados Unidos tentaram pressionar diplomaticamente por uma saída negociada de Assad desde o começo da guerra civil em 2011, mas a oposição moderada foi desinflando frente aos avanços dos jihadistas do EI e da Frente al Nusra, que também lutam contra Damasco.

O governo do presidente americano, Barack Obama, que lidera há mais de um ano uma coalizão internacional para bombardear posições do EI na Síria e Iraque, ao mesmo tempo treina a rebeldes sírios moderados em países vizinhos para eventualmente ser uma alternativa a Assad.

O plano de treino de rebeldes não está avançando, e nesta semana o comandante do Comando Central dos Estados Unidos, o general Lloyd Austin, reconheceu que os rebeldes que lutam ativamente contra o EI na Síria não passam de “quatro ou cinco”. EFE

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