Chile adverte que erupção do vulcão Calbuco pode durar meses

  • Por Agencia EFE
  • 01/05/2015 18h14

Santiago do Chile, 1 mai (EFE).- O Serviço Nacional de Geologia e Mineração (Sernageomin) do Chile advertiu nesta sexta-feira que o atual ciclo eruptivo do vulcão Calbuco, no sul do país, que começou no último dia 22 de abril, poderia estender-se por vários meses.

Um relatório divulgado hoje pelo organismo indicou que se esperam “novos pulsos eruptivos menores, de pouco volume e sem precursores indicadores prévios”, porque o sistema está aberto e ativo, o que possivelmente seguirá ocorrendo “dentro das próximas semanas e inclusive meses”.

O vulcão, de 2.015 metros de altura e situado na região de Los Lagos, a cerca de mil quilômetros de Santiago, sofreu dois pulsos eruptivos em 22 de abril, que obrigaram a evacuação de mais de 4.000 pessoas, e um terceiro nesta quinta-feira, quando outras 6.500 pessoas foram retiradas de localidades próximas.

Desde o primeiro dia o Sernageomin mantém na região uma situação de alerta vermelho, enquanto as autoridades de emergência decretaram a proibição de acesso em um raio de 20 quilômetros em torno da cratera.

Ao contrário da semana passada, quando a coluna eruptiva, de 17 quilômetros de altitude, foi arrastada para o nordeste, nesta quinta a fumaça e as cinzas, de até três quilômetros de altura foram impulsionadas rumo ao sudeste, às localidades de Río Este, Lago Chapo, Canutillar, Cochamó, Puelo, Llanada Grande, e a argentina de El Bolsón.

O Sernageomin advertiu ainda sobre a eventual emissão de lava, mas detalhou que se trata de uma viscosa e não é previsível que se observem “rios” deste material, que se desloca muito lentamente.

Nas últimas horas começou a chover na região, motivo pelo qual as autoridades alertaram que a água poderia arrastar o material vulcânico acumulado e gerar inundações secundárias nos rios da área, e por isso recomendaram não utilizar os leitos como fontes de água potável.

Na cidade de Cochamó, que se abastece de água de um rio local e foi visitada hoje pelo ministro do Interior, Rodrigo Peñailillo, as autoridades começaram a levar água envasilhada e em caminhões cisternas para atender seus moradores.

O Calbuco é considerado o terceiro mais perigoso em uma lista de vulcões chilenos ativos, por sua proximidade a lugares povoados e teve várias erupções de alta magnitude nos séculos XIX e XX, embora tenha se mantido tranquilo durante 43 anos até a explosão do último dia 22 de abril. EFE

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