Chile aprova primeira plantação de maconha medicinal em Santiago

  • Por Agencia EFE
  • 08/09/2014 17h34

Santiago do Chile, 8 set (EFE).- O intendente da região Metropolitana de Santiago, Claudio Orrego, informou nesta segunda-feira sobre a aprovação das autoridades a um projeto de plantação de maconha na capital chilena para “uso medicinal e uso acadêmico”.

A iniciativa, apresentada no ultimo 23 de maio para o Serviço Agrícola e de Criação de Gado (SAG), é promovida conjuntamente pela Fundação Daya e a prefeitura da comuna da Flórida e tem como objetivo o uso do óleo de cannabis no tratamento de pacientes com câncer. O projeto foi referendada pela Universidade de Valparaíso e a Fundação Arturo López Pérez, especializada em tratamentos oncológicos.

“É um tema que está sendo discutido em outras partes do mundo, valorizamos muito o uso da planta para a pesquisa”, explicou Oscar Concha, diretor metropolitano do SAG.

Além disso, Concha assinalou que “há um compromisso da Fundação Daya de respeitar os requisitos de segurança estabelecidos, o que facilitou a decisão tomada pela instituição”.

Em agosto, o prefeito da Flórida, Rodolfo Carter, plantou simbolicamente a primeira semente de maconha para uso medicinal após não receber resposta do SAG sobre o projeto de cultivo.

Na ocasião, Orrego advertiu Carter “que todo mundo sabe que a lei 20.000 (sobre drogas) estabelece que para se cultivar maconha é preciso de uma autorização expressa do SAG”.

Em relação à fiscalização, corresponde ao SAG e a outros organismos fazer um registro completo sobre a futura produção de maconha, enquanto as sementes de cannabis serão importadas pela fundação, que agora conta com a autorização.

“É sem dúvida um marco histórico. Começamos a construir um caminho para aliviar o sofrimento de muitas pessoas, começamos a construir uma sociedade mais amável”, ressaltou Ana María Gazmuri, presidente da Fundação Daya, ao saber da notícia.

No Chile, segundo a lei 20.000, o consumo de maconha não é penalizado, mas sua comercialização e cultivo são proibidos, o que na prática a torna ilegal.

No entanto, há algum tempo o governo abriu a possibilidade de autorizar seu uso medicinal de forma mais ampla, após diversas manifestações populares para promover a legalização da planta no Chile. EFE

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