Chile despreza chamado da Bolívia por diálogo sobre reivindicação marítima
Santiago do Chile, 25 set (EFE).- O chanceler chileno, Heraldo Muñoz, desprezou nesta sexta-feira o chamado do presidente da Bolívia, Evo Morales, para dialogar sobre a reivindicação marítima e recalcou que o governo boliviano que decidiu levar o litígio à Corte Internacional de Justiça (CIJ) de Haia.
“Por que vamos negociar bilateralmente? Eles quiseram ir a Haia”, disse Muñoz em declarações aos meios de comunicação chilenos em Nova York, para onde viajou junto à presidente, Michelle Bachelet, que participará da Assembleia das Nações Unidas.
O chefe da diplomacia chilena reiterou que está disposto a retomar as relações diplomáticas com a Bolívia -suspensas desde 1962- imediatamente para tratar “outros temas” bilaterais.
Evo Morales fez nesta quinta-feira um chamado ao governo chileno para conversar sobre o litígio marítimo depois que a CIJ se declarou competente para julgar a reivindicação que o país andino apresentou em 2013 com o objetivo de obrigar o Chile a negociar um acesso ao mar com soberania.
O governante boliviano indicou que tentará falar “pessoalmente” com a presidente chilena para iniciar o diálogo, algo que poderia ocorrer na Assembleia das Nações Unidas, embora Muñoz tenha afirmado que “não está na agenda” de Bachelet uma reunião com Morales.
Muñoz considerou que o Chile fez o correto ao apresentar o recurso para pedir a incompetência da CIJ porque, embora tenha sido rejeitado, alcançou que o caso ficasse “restringido à suposta obrigação de negociar” com a Bolívia.
“Ficou claro que não está em jogo a integridade territorial de nosso país. A corte não vai se pronunciar sobre o que a Bolívia tinha solicitado originalmente”, sustentou o ministro das Relações Exteriores chileno.
O chanceler sustentou que agora é aberto um “novo cenário” no qual a defesa chilena poderá desdobrar elementos inéditos para defender seus interesses.
“Agora temos um leque de instrumentos políticos, comunicacionais e jurídicos para responder à Bolívia sobre o fundo” da reivindicação, acrescentou Muñoz. EFE
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