Chilenos homenageiam Salvador Allende 42 anos depois do golpe militar
Santiago do Chile, 11 set (EFE).- O Chile prestou nesta sexta-feira uma homenagem ao presidente Salvador Allende, morto há 42 anos durante o golpe militar liderado por Augusto Pinochet, em um ato ecumênico liderado pela presidente Michelle Bachelet.
Cerca de 3 mil pessoas assistiram ao ato realizado na sede do governo, o mesmo lugar no qual Allende se suicidou e onde caíram as bombas que incendiaram o Palácio de la Moneda.
Durante seu discurso, Bachelet, que foi ao ato acompanhada por seus ministros e pelos ex-presidentes Ricardo Lagos e Eduardo Frei, fez um chamado ao fortalecimento da convivência democrática e a manter viva a lembrança da história.
“Vale mais o encontro do que a distância, mais o diálogo do que o enfrentamento, por isso todos nossos atos devem fortalecer a convivência democrática, porque sem ela não será possível enfrentar as grandes tarefas que temos pela frente”, ressaltou o governante fazendo referência ao clima político que existe no país.
Bachelet, que esteve detida e foi torturada durante a ditadura, lembrou que todos estes anos “não foram fáceis” e recalcou que “nenhum país pode ser construído sem o reconhecimento de sua história e um julgamento moral partilhado. Sem memória não há presente com sentido e nem futuro com esperança”.
“Nunca mais o poder da morte, só o da vida”, disse a governante visivelmente emocionada, que, junto a Isabel Allende, filha do presidente Allende e atual presidente do Partido Socialista, depositou uma oferenda floral no Salão Blanco, lugar onde morreu o presidente durante o bombardeio.
Fora do Palácio de la Moneda, Agrupamentos de Detidos Desaparecidos, junto com outras organizações de direitos humanos, se congregaram diante da estátua de Salvador Allende na porta pela qual o líder costumava entrar e sair da sede presidencial, para prestar homenagem às vítimas durante o golpe. EFE
jtr/ff
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