China começa construção de faróis em duas ilhas disputadas no Pacífico
Pequim, 26 mai (EFE).- O Ministério dos Transportes da China realizou nesta terça-feira a cerimônia de inauguração da pedra fundamental de dois faróis nas ilhas Spratly, que vem sendo alvo de disputas entre o país e alguns de seus vizinhos do sudeste asiático.
Um dos faróis ficará no recife de Huayang, que também é reivindicado pelas Filipinas, onde é conhecido como ilhota Calderón, e o outro no recife Chigua, também chamado de Johnson nos mapas internacionais, cuja soberania é reivindicada pelo Vietnã.
Segundo o comunicado ministerial chinês, as estruturas “melhorarão o apoio civil à navegação nas Spratly” e aumentarão a segurança nessas águas.
“A construção de faróis é uma importante ação levada a cabo pela China para cumprir com suas responsabilidades e obrigações internacionais, de cara a fornecer um guia efetivo às embarcações que passam por estas águas”, afirmou hoje em entrevista coletiva uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying.
Os faróis terão 50 metros de altura e serão dotados de lentes de 4,5 metros de diâmetro com capacidade para iluminar a 22 milhas náuticas de distância (40,7 quilômetros).
“Um grande número de navios pesqueiros operam nessa área o ano todo, o que já produziu muitos acidentes”, justificou o Ministério chinês em comunicado.
O conflito pelas ilhas Spratly, em cujas águas se acredita que existam ricas reservas de hidrocarbonetos, tem décadas de história, mas aumentou nos últimos anos, especialmente entre a China e as Filipinas, que acusam Pequim de construir ilegalmente nessas ilhas disputadas.
Nas últimas semanas, as tensões nesse conflito se renovaram devido à decisão dos EUA, que mostraram apoio a Filipinas e Vietnã em suas disputas com a China, de realizar missões aéreas e navais de vigilância na região, o que produziu mal-estar em Pequim.
As “incursões” americanas aconteceram após a divulgação de imagens feitas por satélites que mostram como a China realizou grandes obras de construção de diferentes estruturas, entre elas pistas aéreas, em algumas ilhotas e atóis.
Apesar das críticas, a porta-voz de Relações Exteriores anunciou hoje que a China construirá novas “instalações” nas ilhas Spratly para “prestar um serviço maior e melhor às embarcações” que navegam pelas disputadas águas. EFE
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