China e América Latina selam aliança que quer ser modelo de cooperação

  • Por Agencia EFE
  • 09/01/2015 11h28
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Rafael Cañas

Pequim, 9 jan (EFE).- A China e a Comunidade de Estados da América Latina e do Caribe (CELAC) selaram nesta sexta-feira uma aliança que quer ser um modelo para o futuro da cooperação multilateral e que, além disso, abre uma nova era para a ação conjunta latino-americana.

O I Fórum China-CELAC terminou em Pequim com o objetivo de “construir uma comunidade de destino partilhado com os países da América Latina e o Caribe” no que será “um novo exemplo de cooperação sul-sul”, afirmou o ministro chinês de Relações Exteriores, Wang Yi.

A reunião ministerial, de dois dias de duração, representa a materialização em apenas alguns meses da ideia surgida em julho durante a viagem pela América Latina do presidente da China, Xi Jinping, que passou “de sonho à realidade”, disse Wang na entrevista coletiva de encerramento.

Os chanceleres aprovaram uma declaração conjunta que estabelece o consenso político alcançado e dita o rumo geral para levar a cooperação bilateral a um degrau superior em todos os âmbitos.

Xi Jinping anunciou na inauguração do fórum, na quinta-feira passada, que seu país fixou a meta de elevar o investimento na América Latina até US$ 250 bilhões nos próximos 10 anos e dobrar o comércio bilateral em uma década até os US$ 500 bilhões.

Wang lembrou hoje que Xi anunciou durante sua viagem pela América Latina em julho um fundo de US$ 35 bilhões para promover investimentos na região.

Setores como infraestruturas, energia, mineração, indústria, inovação científica, educação e políticas sociais figuram entre os setores prioritários da colaboração. “Vamos cumprir com nossos compromissos”, quis deixar claro o ministro chinês.

A reunião de hoje “marca um antes e um depois” na relação entre Pequim e a região, afirmou, por sua vez, o chanceler costarriquenho, Manuel González, que copresidiu a reunião com Wang.

González destacou que ambas as partes abriram a porta a “uma cooperação que não está baseada em condicionalidades que não se podem cumprir, mas no desejo sincero de nos ajudar entre todos nós”.

“Isso vale muito. Isso não aconteceu antes”, ressaltou o chefe da diplomacia costarriquenho, que também ressaltou “o pragmatismo da China e, sobretudo, tua grande credibilidade” internacional, porque “o que China oferece, cumpre”.

Tanto González como Wang asseguraram que esta aliança é um “modelo de cooperação sul-sul”, mas se esforçaram em insistir que não vai contra ninguém, especialmente os EUA, país que manteve tradicionalmente um forte influência na América Latina.

Hoje também foi acordado que o Chile será o anfitriã do II Fórum, que acontecerá em janeiro de 2018. EFE

rcf/ff

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