China e Reino Unido iniciam nova etapa nas relações comerciais
Guillermo Ximenis.
Londres, 17 jun (EFE).- No primeiro dia da viagem de três dias do primeiro-ministro da China, Li Keqiang, ao Reino Unido, os dois países anunciaram a assinatura de novos acordos comerciais no valor de 14 bilhões de libras.
A visita de Li, que assumiu o cargo em março de 2013, é vista como o retorno das relações fluentes entre Londres e Pequim, que esfriaram em 2012 quando o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, se reuniu com o Dalai Lama, líder espiritual dos tibetanos.
O líder chinês, que chegou hoje à capital britânica acompanhado por uma delegação de empresários de seu país, foi recebido pela rainha Elizabeth II no castelo de Windsor antes de se reunir com Cameron em sua residência oficial de Downing Street.
Em entrevista coletiva conjunta após esse encontro, o “premier” britânico anunciou um plano de cooperação econômica entre China e o Reino Unido que qualificou como “central” para revitalizar a economia britânica pois “garantirá emprego e crescimento a longo prazo”.
O contrato mais importante que foi fechado por 11,8 bilhões de libras, pelo qual a companhia petrolífera britânica BP fornecerá gás natural liquefeito à estatal chinesa CNOOC durante 20 anos.
Os governos chinês e britânico assinaram, além disso, um documento que desenvolve o plano inicial para cooperar na construção de usinas nucleares que foi rubricado em outubro de 2013 durante uma visita a Pequim do ministro da Economia britânico, George Osborne.
O novo documento estabelece que ambas as nações se comprometem a fortalecer sua colaboração estratégica no “desenvolvimento da energia nuclear no Reino Unido, China e em mercados de terceiros países”.
Como um primeiro passo nessa direção, a britânica Rolls-Royce divulgou um acordo com a chinesa SNPTC para cooperar na fabricação de reatores nucleares. A assinatura do Reino Unido já produziu 40% dos geradores de emergência instalados nas usinas nucleares chinesas em funcionamento.
A Bolsa de Londres (LSE) fechou acordos com o Banco da China e o Banco Agrícola de China para favorecer a entrada de capital do país asiático no Reino Unido e facilitar o acesso ao crédito às empresas chinesas.
Além disso, os dois países divulgaram um plano conjunto para combater a mudança climática que inclui um programa de pesquisa ao qual serão dedicados 20 milhões de libras (25 milhões de euros).
“A nossa é uma parceria para favorecer o crescimento, as reformas e a inovação”, disse Cameron, que ressaltou que seu objetivo é “construir uma relação bilateral e comercial muito mais forte” com a China.
O chefe do governo britânico assegurou que as relações comerciais bilaterais entre ambos os países alcançaram “níveis recorde” nos últimos tempos.
As exportações britânicas à China aumentaram em 2013 15% e se duplicaram nos últimos cinco anos, enquanto o conjunto dos intercâmbios comerciais alcançou, entre 2013 e 2014, 8 bilhões de libras, um número maior que o registrado no conjunto dos 30 anos anteriores.
Li, por sua vez, ressaltou as oportunidades de negócio que podem se abrir para as empresas britânicas que queiram operar no gigante asiático.
“O Reino Unido tem uma enorme capacidade tecnológica, o que pode formar um bom casamento com o vasto mercado chinês”, afirmou o primeiro-ministro.
O líder chinês reiterou, além disso, seu desejo de que a parceria com o Reino Unido não se limite à troca de capitais, mas sejam facilitadas “as relações culturais e pessoais”, e anunciou que nos próximos anos cerca de 10 mil estudantes chineses se matricularão em universidades britânicas.
Como se comprometeu Osborne durante sua visita a Pequim em outubro, o Ministério do Interior britânico anunciou hoje, coincidindo com a visita de Li, seu plano para retirar impedimentos à entrada de turistas, estudantes e empresários chineses no Reino Unido. EFE
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