China lidera lista de países com mais repórteres presos no mundo

  • Por Agencia EFE
  • 17/12/2014 15h49
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Nova York, 17 dez (EFE).- O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) denunciou nesta quarta-feira a existência de 220 repórteres presos no mundo todo em uma lista que é liderada por China e Irã e em que também aparece Cuba e México.

“Pode ser que estejamos vivendo na era da informação, mas quem se encarrega de nos trazer as notícias estão sendo presos em níveis recorde”, afirmou o diretor-executivo do CPJ, Joel Simon, em comunicado.

É o segundo pior ano desde que a organização começou a levar registrar o número de jornalistas presos no mundo, em 1990, só atrás do ano 2012, quando foram documentados 232 presos por seu trabalho informativo.

A China lidera este ano a lista com 44 presos, 12 a mais que ano passado, uma amostra da pressão que o presidente, Xi Jinping, está exercendo sobre a imprensa, os advogados, dissidentes e acadêmicos, segundo o CPJ.

China também emitiu novas regras restritivas sobre o que pode ser informado, negou vistos para jornalistas estrangeiros e a cobertura informativa de questões relativas às minorias étnicas continuam sendo um assunto “sensível”.

Quase a metade dos jornalistas presos é de origem tibetana ou uigur, como o blogueiro Ilham Tohti e sete estudantes presos por colaborar com seu site, Uighurbiz, e 29 dosa presos foram acusados de cometer crimes contra a segurança do Estado.

Atrás da China aparece o Irã, com 30 jornalistas presos, a Eritréia com 23, a Etiópia com 17, o Vietnã com 16, Síria e Egito com 12 cada um, Mianmar com 10, Azerbaijão com nove e Turquia, que ano passado liderava o ranking, com sete.

No caso do continente americano, o CPJ inclui este ano Cuba e México, ambos com um repórter preso, um blogueiro cubano sentenciado a cinco anos de prisão e uma jornalista mexicana independente processada por sabotagem.

Um quarto dos repórteres presos no mundo todo está atrás das grades sem que as autoridades tenham revelado as acusações formuladas contra eles e os mais afetados são os jornalistas que trabalham para meios digitais, com 119 casos.

Dos 220 jornalistas que permaneciam presos até 1º de dezembro, 83 trabalham para veículos impressos, 15 para emissoras de rádio e 14 para canais de televisão, segundo dados da organização que tem sede em Nova York.

O CPJ define como jornalista pessoas que divulgam notícias ou fazem comentários sobre assuntos de interesse para a sociedade em veículos impressos, fotos, rádio, televisão e internet; e só contabiliza os casos em que foram presos por causa de seu trabalho informativo.

Além disso, só incluem jornalistas detidos pelos governos e não os que estão em poder de atores não estatais, como na Síria, onde o CPJ calcula que há 20 repórteres desaparecidos, muitos em mãos do grupo terrorista Estado Islâmico (EI). EFE

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