China planeja retomar construção de usinas nucleares no interior

  • Por Agencia EFE
  • 09/09/2015 10h19

Pequim, 9 set (EFE).- Os planos de construção de até 31 projetos de energia nuclear em zonas do interior da China, que tinham sido bloqueados na última meia década após a catástrofe de Fukushima (Japão), poderiam ser retomados no período 2016-2020, anunciaram nesta quarta-feira especialistas citados pela agência oficial “Xinhua”.

Dez divisões administrativas em zonas não litorâneas do país manejavam planos de desenvolvimento de reatores nucleares, embora o acidente nuclear de 2011 na vizinha Japão tenha detido muitos projetos atômicos na China, especialmente nessas regiões do interior, onde o risco de tremores costuma ser maior que no litoral.

O desbloqueio destas obras poderia ser confirmado oficialmente com a publicação do XIII Plano Qüinqüenal, o roteiro econômico para a China entre 2016 e 2020, que será apresentado no próximo plenário do Partido Comunista (possivelmente em outubro) e deve ser aprovado na sessão anual do Legislativo, em março.

A segunda economia mundial, que neste século empreendeu uma ampla estratégia de diversificação de suas fontes energéticas, planeja que seus usinas nucleares tenham uma capacidade instalada de produção elétrica de 58 milhões de quilowatts.

Relatórios da Academia Chinesa de Engenharia, ligada ao governo, já recomendaram o reatamento de projetos em zonas centrais do país, argumentando que o rápido crescimento econômico nelas exige maior fornecimento energético.

Junto ao reatamento, e para atender o aumento da preocupação pela segurança da energia nuclear que provocou o desastre de Fukushima, será criado um time nacional de emergência e resgate, composto por cerca de 320 efetivos, a fim de fazer frente a possíveis acidentes.

A China já retomou em janeiro na província litorânea oriental de Shandong a construção da usina nuclear da baía de Shidao, que será a maior do país asiático e cujas obras foram interrompidas temporariamente por consequência do desastre de Fukushima.

Atualmente a China é um importador líquido de urânio (cerca de 17 mil toneladas anuais), principalmente do Cazaquistão, Uzbequistão, Namíbia e Austrália. EFE

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