China protesta contra reunião de Obama com dalai lama
Pequim, 21 fev (EFE).- O Ministério das Relações Exteriores chinês anunciou nesta sexta-feira que apresentou um protesto formal pela reunião que dentro de algumas horas manterão o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o Dalai Lama, líder espiritual tibetano, e disse que o encontro prejudicará os interesses de Washington.
“Qualquer país que prejudique os interesses da China verá no final prejudicados seus próprios interesses”, advertiu em entrevista coletiva a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Hua Chunying, que horas antes tinha pedido a Washington que cancelasse o encontro.
Hua lembrou que “a questão do Tibete recai inteiramente na esfera dos assuntos internos”, por isso que Pequim “não admite interferências estrangeiras” e reiterou que o dalai lama, Nobel da Paz em 1989, é “um exilado político largamente envolvido em atividades separatistas sob a proteção da religião”.
“Ao autorizar o encontro entre o presidente americano e o dalai lama, os EUA interferem bruscamente nos assuntos internos da China”, ressaltou a porta-voz.
A Casa Branca anunciou na quinta-feira o encontro entre Obama e o dalai lama, que se encontra de viagem aos EUA.
Em um gesto em relação a Pequim, o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca especificou que os EUA não apoiam a independência do Tibete, mas sim a “via intermediária” defendida pelo Dalai Lama, consistente em aumentar a autonomia dessa região.
A porta-voz chinesa assegurou que essa suposta “via intermediária” não é mais do que “uma plataforma para conseguir passo a passo a independência do Tibete, na realidade uma tentativa de separar a China que não admitiremos”.
Hua acrescentou que alguns meios de imprensa ocidentais “têm amnésia seletiva sobre o que o dalai lama fez e ficam em silêncio em relação à servidão feudal que havia no velho Tibete ou ao fato de que o próprio dalai era dono de 6.000 servos antes da pacífica libertação tibetana”.
A porta-voz responsabilizou também o líder espiritual pelos ataques violentos ocorridos nos últimos anos no Tibete, em possível alusão às revoltas de 2008 que causaram pelo menos 20 mortos, e o acusou de incitar as imolações que nos últimos anos tiraram a vida de uma centena de vítimas. EFE
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